quarta-feira, maio 06, 2009

Look carefully, I shall do this only once!

Dormimos o sono dos justos, que estávamos cansaditos. E o vulcão deve nos ter embalado, que dormimos super bem!

Claro que de manhã, pela hora do banho, tive mais uma pequena aventura. Porque como os japoneses tomam banho à noite, antes do jantar ou antes de dormir, a coisa torna-se complicada para quem não segue as mesmas regras.
O banho, comum, com nascente quente incluída e tudo, lá estava, sem ninguém. Limpinho. Mas mesmo assim parecia ser um problema alguém usá-lo! Eu acho isto mais uma perfeita idiotice! Mas disse ao homem que me ia lavar e fui mesmo!
Lá está, não há respeito por quem não se comporta como eles...

A verdade é que estava mais um dia absolutamente fantástico. Já começa a estar quente, mas como ainda não está húmido, os dias têm estado, em geral, lindos.
O plano do dia era ir dar um passeio de bicicleta... em volta do vulcão.

E lá fomos nós. Ainda nem eram 9 da manhã!

Claro que, por ali, há lava até mais não. Houve uma grande erupção ainda há menos de 100 anos. Coisa recente, em termos geológicos, como toda a gente sabe.
E o que se vê muito são uns canais para levarem a lava que possa correr encosta abaixo até ao mar...


E cá está o belíssimo Sakurajima. Aparentemente num dia normal...




A certa altura conseguíamos cheirar o ar que vinha do vulcão... E sentir o calor do início da manhã!


E o vulcão lá continuava a dar um arzinho da sua graça!



A península de Sakurajima é absolutamente fantástica. Ora cheia de lava com vegetação ainda a crescer, ora com uma floresta densa como a Amazónia. E o mar sempre à volta. Com pequenas enseadas umas atrás das outras!


Parámos numas nascentes quentes para nos banharmos outra vez. Umas nascentes bem giras, junto ao mar, exteriores, com uma árvore com umas raízes em direcção ao lago de água quente. E por baixo da raíz, um pequeno templo.
As nascentes são mistas e, embora as pessoas vistam um roupão para se banharem, achei que não seria próprio andar de máquina em riste. Mas cá está uma foto da net...


Lá continuámos...

E cá estou eu com o maluco do vulcão em plena explosão!


Confesso que tive algum receio daquela cinza... Mas como um senhor que por ali andava me disse, não havia razão para me preocupar que aquilo é normal e estava tudo bem!


Como podem imaginar, nem sempre foi fácil. Houve muitas subidas e, mesmo com mudanças na bina, de vez em quando tive que andar com ela pela mão!


E o que é extraordinário, é que é permitido o pessoal ir dar a volta de bicicleta ao vulcão... Mas a maior parte do percurso é feito na estrada, entalados entre os rails e os carros!
A verdade é que sobrevivi, que estou a escrever isto!



Como toda a gente sabe, não há nada mais potente do que as forças da natureza. E cá está uma prova disso mesmo, com este torii (portão de um templo) completamente soterrado pela lava e cinza. Foi deixado assim mesmo, para mostrar do que o vulcão é capaz e como forma de relembrar quem pereceu.


Tínhamos um mapa. E o senhor onde alugámos as bicicletas indicou-nos que, na maior parte do percurso, não havia nada. Nada de restaurantes. Nada de máquinas de venda de bebidas. Nada de nada! E o tipo bem que tinha razão, que na maior das vezes não havia nada mesmo. Só um verde lindíssimo!
O que me salvou, que me iam dando as fomes de quando em vez, foi o meu último pacote de línguas de gato! Sim, senhor! Nunca mais olharei para as ditas cujas da mesma forma!


E o vulcão lá continuava...




E cá fica mais um vídeo com explicações à la Angelo!



Descansámos uns cinco minutinhos e lá fomos nós. Pela parte mais difícil da coisa, com subidas atrás de subidas. E estradas estreitas, e nada em volta de nós. E águias sempre a sobrevoar o caminho que fazíamos.


Mas ultrapassamos tudo e chegámos ao fim, depois de uma recta final fácil, sempre a direito, junto ao mar!
Foram 38 quilometros de bicicleta, debaixo de sol, com uma natureza linda em toda a volta e um vulcão sempre presente.


Estava e estou ainda muito orgulhoso de mim mesmo!

E estava também com fome que, como disse, no caminho, não havia nadica de nada. Só as minhas benditas línguas de gato!
E olhem lá a beleza da minha entrada!!! Com algas das boas e tudo!


Vês, Maria, não como só pizza...
Ok... Depois veio uma galinha frita... Mas não havia muito por onde escolher... Mas estava bem boa!

Mas a melhor parte do almoço foi a espera. Sim, que aquele sítio estava cheio de gente, que há para aí un míseros três restaurantes naquela zona... É que metemos conversa com duas velhotas amigas que andavam a passear! E elas eram demais! Como estavam viúvas, diziam que podiam passear para onde e quando queriam! E rimo-nos imenso!

Dissemos-lhes adeus antes de deixarmos o restaurante e depois fomos meter os pézinhos de molho numas nascentes num parque ali mesmo ao lado.



Estavamos cansados, até porque nem é todos os dias que se anda à volta de um vulcão. E se andam 38 quilometros de bicicleta!
Mas, na verdade, nem estava tão cansado quanto esperava. Mesmo assim, recolhemo-nos aos claustros. Eu fiquei lá qual frade enclausurado enquanto a Ambre foi dar mais um passeiozinho, que a moça não consegue estar quieta!

A verdade é que, depois do nosso passeio pela natureza - a Sónia e o Carlos já devem estar aos berros com a imagem do Angelo no meio da natureza! - ficámos todos torrados! A Ambre ficou como se vê...


E eu até fiquei com um triângulo debaixo do queixo marcado, por causa da camisa aberta! Pergunto-me o que virá a seguir... Unhaca na orelha? Peidos no metro? Cuspidelas para o chão? Pelos no peito? Ai... Esperem lá, desses nem me importava! Mas os meus pais fizeram-me num dia de vento...

E cá fica a reportagem final, no único restaurante que estava aberto para o jantar! Acham normal, um sítio com tantos turistas em pleno pico, e um único restaurante disponível?!



Voltamos aos claustros e, no meu quarto, conheci uns franceses. Um deles estava no Japão por uma semana. Um outro andava numa volta pelo mundo! E eu que nem sabia que me lembrava de tanto francês!
Também conheci um senhor japonês bem simpático, que andava a passear de mota. De Yamaguchi. Mostrou-me algumas fotos que tinha tirado no caminho.

Mas o caos instalou-se quando a hora da deita chegou... É que o tipo da volta ao mundo, um tipo grande, deitou-se e começou a ressonar como se não houvesse amanhã! Vai daí, peguei nos meus trapinhos e fui para outro quarto!
Se a tipa da pousada soubesse disto era capaz de me impalar à porta da dita cuja!

1 comentário:

Anónimo disse...

Nascentes quentes...Hum...muito bom!! :)
Bom passeio amigo!
Inês