sexta-feira, abril 10, 2009

A prima e as amigas em Kyoto

Deixámos Hiroshima para trás. O nosso destino seguinte esperava-nos: Osaka. Osaka como base para visitarmos sítios.

Ficámos naquela que terá sido a melhor pousada de juventude em que alguma vez fiquei: Shin-Osaka Youth Hostel. A 5 minutos da estação de Shin-Osaka, a paragem do shinkansen na cidade e um hub para se ir passear. Pessoal super simpático. Tudo super limpo. E o nosso quarto era um espectáculo: em estilo japonês (como havia pedido), enorme, limpo e com casa de banho privativa e tudo!



A prima até ficou embuída do espírito japonês e virou geisha a preparar o seu futon.


Mas depressa lhe passou e virou rock-star/garota de programa em quarto japonês num instantinho!


E eu não lhe podia ficar atrás!


E cá fica a vista no nono andar, que era onde estávamos.


E a prima, linda e maravilhosa de vermelho, numa pose à le Lost in Translation.


Fizemos um ó-ó retemperador e no dia seguinte pegámos em nós e fomos até Kyoto, a capital do Japão durante anos e anos e local a visitar por excelência.
O pior é que por ser tão bom, tão bom aquilo estava cheio de gente em todo o lado. E chuva! Sacana da chuva, que é a segunda vez que lá vou e é a segunda vez que chove. Nunca mais lá vou. Amuei!

Cá está a famosa estação de comboios local. Coisa pequena, como se vê.




Mas construam o que contruírem, a meu ver, nunca chegará à beleza de um Rossio ou até de um Oriente...

Belíssimo, porém, é o castelo de Nijo, em japonês, nijo-jo.




Não são permitidas fotos dentro do castelo propriamente dito. Mas digo-vos, os painéis, todos pintados à mão e certamente não made in China, são absolutamente soberbos. Mas, lá está, eu e as minhas opiniões, deviam ter usado menos dourado! É que aquilo é oiro por tudo quanto é lado!
Lindíssimo, porém.

E o chão daquilo é demais. É o chamado "chão rouxinol", porque conforme andamos, aquilo chia. Não chia porque esteja mal feito, mas porque em tempos que lá vão, havia inimigos por tudo quanto é lado. Por isso era fundamental que o shogun estivesse sempre atento a quem se aproximasse. Assim um bocado à Socrates mas na Idade Média.
E, mesmo na sala de audiências, havia uns guarda-costas numas portas incrustadas nas paredes.
Tecnologia japonesa no seu melhor!


A chuva ia caíndo... E eu e a prima sem chapéu de chuva...



A chuva ia e vinha, mas o céu estava sempre cinzento.

Deixámos o castelo de Nijo para trás e fomos até ao Pavilhão Dourado, kinkakuji. Um, se não O, ex-libris desta terra.
Antes de chegarmos ao pavilhão propriamente dito, passamos por uma floresta. Sim, que a prima, agricultora, explicou-me logo a diferença entre floresta e jardim. Desculpe lá, senhora engenheira!

Bom bom foi ver musgo.



Et voilá, o palhaço do costume e o belo kinkakuji (à beira-lago. Não é o Lac Léman, mas é o melhor que se arranja!).








A chuva atacou em força e nós partimos caminho empedrado afora. Não sei antes eu comprar umas coisinhas boas para comer, que só se vendem em Kyoto. Que estes gajos não são parvos e estimulam esta coisa de só se venderem determinados produtos em certos sítios. Uma chatice, porque um gajo depois tem que lá ir! Aliás, estou a comer uns yatsuhashi, as we speak. Não comprei foi os de sabor de cerejeira em flôr, que eram uma maravilha. E côr de rosa.

Mas lindo lindo foi ver este casalinho de meninos do liceu no autocarro.


Num país que não é de afectos fáceis ou óbvios (nunca vi, até ao dia de hoje, um pai ou mãe beijar um filho, por exemplo), este momento foi mágico e tive que o reter para memória futura.

Só espero que usem preservativo que estes gajos são muito avessos a isso...

Mas fomos para o outro lado da cidade. O coração de Kyoto antigo. Gion, um sítio absolutamente fantástico, mesmo apesar da chuva. Mas com as cerejeiras em flôr, até os Moínhos da Funcheira haviam de ser belos.




Depois de muitas voltas, lá comemos. Comidinha da boa, apesar da Chefa ter ficado triste com o tamaninho do seu camarão.

E lá nos aventurámos Gion afora.


E até demos com uma maiko.


Isto dos turistas serem demasiado agressivos a tirar fotos às meninas tem dado que falar e já há uma campanha de sensibilização para o problema. É que há gente que lhes toca, que interfere na vidinha delas e algumas delas já se têm magoado.
Caramba! Eu gosto delas e, claro, gostaria de ter uma foto ao lado de uma, mas tenho que as respeitar. Por isso, tirei esta foto, sem interferir na vida da menina. E fiquei feliz na mesma.

Queríamos ir até Fushimi para ver um templo cheio de torii vermelhos... Mas, com o tempo que estava e o trânsito todo, não chegámos a horas... Mas tivemos tempo para vasculhar mais um pouco daquela estação gigantesca!






E até demos com esta lojinha maravilha.


Estavamos todos cansadinhos. É que Kyoto, com chuva e cheio de gente, não é tarefa fácil. É que andar nas ruas é uma verdadeira batalha, acreditem!

Mas sobrevivemos e ainda fomos jantar a esse sítio surreal que é Dotonbori, o coração de Osaka.









O exemplo acabado do que é o Japão: néons, gente, restaurantes, lojas, gente estranha.

E fomos dormir que no dia seguinte havia mais passeio.

2 comentários:

Daniel C.da Silva disse...

Ângelo Manuel Saraiva Martins

Tu andas a esmerar-te! Felizmente lá tivesteS uns diazinhos de folga após 4 anos (?) no Japão. Mas mereces ;)

A sério: está um post divinal. As fotos devem ser as melhores de sempre. Não sei se pela forma como tiradas se pelo que mostram. A tua prima no Japão como país de baptismo (ou será apenas o voo?) é qualquer coisa. E a pousada da juventude foui um bótimo local para ficarem. Por momentos fez lembrar-me a de Amsterdão.

E o mapinha que puseste, como o João que deixou o seu cantinho (primo do Hydra) para gozar mais a vida e menos a virtualidade (so I think) está muito bom: gosto de enquadrar o quê e ojnde. Quando viajo elsewhere gosto sempre de saber o sitio onde estou, em que parte do país, e quais os limites fronteiriços, lol ;)

O chão que chia deve ser engraçado, mas quando se sabe a história torna-se mais giro. E quanto ao castelo de Nijo, é como dizes: belíssimo. Aliás, as fotos vão sendo belíssimas. Mas que prima é esta cujo anfitrião de luxo (porque ja conheces aquilo tudo, qual Alto da Bardajona) lhe deve estar a fazer as delicias de locais desconhecidos e onde se fala e escreve por hieroglifos. Uma que deves estar farto de falar, por certo. Deve ser diferente uma companhia directamente cá do burgo, nao? :)

Enato e aquelas fotos com um chapeu de chuva que tem que se lhe diga, e o cachecol por cima da cabeça, tem diretitos de autor na Qne ;) Muito bom eh eh

Keep amusing yourself.

Repito: belas fotos.

HUgs e tenta encontrar UMA amendoa que seja ;)

Veruska disse...

Vou ao Japão no Verão e ando neste momento nos preparativos.

O teu blog (recomendado por uma outra blogger) está a ser uma preciosa ajuda.

Finalmente vi in loco o que são os quartos Japanese Style...os únicos que eu e as minhas amigas vamos poder pagar! eheheheh

Obrigada!