quarta-feira, março 23, 2011

Situações

Há muitas coisas a acontecerem ao mesmo tempo.

Aquilo na Líbia está uma confusão pegada. Então começa-se uma intervenção sem se ter um plano traçado? Sem se saber quem é que vai tomar conta das coisas conforme a coisa fôr evoluindo?
A bem dizer, consigo compreender que a comunidade internacional queira proteger parte do povo do lunático Khadafi. Se não formos lá ajudar o pessoal, ninguém o fará e já está provado que o líder da Líbia até aviões usa para disparar contra quem de si discorda. 
Mas antes que me acusem de concordar com intervenções a la Iraque, é preciso dizer que isto não tem nada a ver com a situação qeu levou a besta do Bush a invadir o Iraque! E o Obama já se está a descartar de qualquer envolvimento futuro na coisa.
Eu quero ver no que isto vai dar. Porque o Khadafi só sairá dali morto. E só lamento que não admita vozes discordantes no seu país.
Mas obviamente que a nobre preocupação internacional não é isenta de interesses políticos e económicos. Mas é curioso que a liga árabe se tenha chegado à frente para defender a intervenção internacional.
No fundo, no fundo, só me preocupa o número de pessoas que terá que morrer até isto ficar resolvido...

No Iémen aquilo também anda muito mau. E se há país pobre nas Arábias, é o Iémen. E as pessoas estão fartas disso, enquanto as elites andam a comer à conta.
As manifestações sucedem-se e tenho a certeza que mais um regime cederá à pressão popular... Afinal, quer-se dizer, o presidente já lá está para cima de uma montanha de anos!



A loucura da luta pela democracia nos países árabes já está a chegar à Síria, esse antro de gente tresloucada. Parece que as forças de segurança estão a cercas uma cidade que decidiu exigir mudanças. Já para não falar nas manisfestações que têm sido sufocadas com a presença das autoridades na rua.
E se há regime marado é o da Síria. Não tanto hoje em dia, com o segundo Bashir da dinastia, mas dali nem bom vento, nem bom casamento. Juro, palavra d'honra.


Mas depois também há Israel. Lamento imenso a morte de inocentes no ataque de hoje. Porque essas pessoas não merecem um fim triste como aquele, mas a verdade é que os políticos de Israel insistem em confrontar quem os rodeia. Mas para quê mais colonatos?! Para quê invadir o território de pessoas que já tão pouco têm e que a única forma que encontram de lutar é a violência?!
Fosse eu israelita e exigiria ao meu governo que seguisse políticas que garantissem a minha segurança no meu país!
Os palestinianos não são isentos de culpa, mas se quem está por cima não dá nada em troca, os outros nunca baixarão os braços. E todos sabemos que as intifadas não são só feitas de pedras...

A situação no Japão continua. O mundo todo ainda continua suspenso e já se sabe que alguns produtos das redondezas da central de Fukushima não podem ser consumidos. Há restos de radiação nos produtos hortículas da zona. E também já os há na água de Tokyo. Mas é preciso dizer-se que as autoridades japonesas admitem, por defeito, uma presenla de radiação muito menor do que nós aqui na Europa. Ou seja, eles não comem os espinafres de Fukushima, mas nós comê-los-íamos! 
Eu já disse e torno a dizer: não há país mais preparado para as degraças que o Japão. Porque há milénios que lidam com elas. 
Cometeram-se erros? Sim. Mas também vos garanto que, depois das feridas lambidas, o público de Fukushima vai pedir responsabilidades. E cabeças vão rolar. Ai vão, vão.

Mas falemos de Portugal...
Tenho a televisão ligada no debate da assembleia da república... E já tenho a cabeça cansada.
As medidas de austeridade são uma merda, claro. Há muitos erros a ser cometidos, claro. Há falta de visão estratégica de futuro, claro. Mas onde é que estão as alternativas!? Votar contra o PEC só porque sim não pode ser. É preciso rebater cada medida. Só assim uma alternativa pode ser credível...
E toda a gente sabe, acho, que se o governo se demitir então é que estamos metidos numa alhada. Se na Uzo podemos falar a 8 cêntimos, os credores portugueses também nos podem cobrar 8 por cento de juros...


E uma palavrinha para as greves... E antes de começar quero dizer que respeito totalmente o direito seja de quem fôr à greve! Embora não seja grande adepto das mesmas, entendo que o pessoal é livre de as fazer. Mas numa altura em que toda a gente anda a apertar o cinto, ou que pelo menos o povinho que anda de transportes anda a apertar o cinto, virem os senhores do metro, dos barcos, do comboio fazerem greve... Isso é que não! Não pode ser. O povo não entende isto. É que não entende mesmo. É que se fazem greve é porque haverá cortes nos seus ordenados... Quem me dera a mim!
As greves e manisfestações, para serem efectivas, têm que ser entendidas pela populaça. Esta ninguém a entende.

Duas palavras finais para lamentar o desaparecimento de pessoas que, de uma forma ou de outra, sempre estiveram nas nossas vidas:

O encantador Artur Agostinho, que viveu uma vida longa e cheia de experiência. Foi uma delícia ouvir uma das suas últimas entrevistas na SIC.

A belíssima Liz Taylor. Jamais me esquecerei de a ver em Cleopatra ou em Who's afraid of Virgina Woolf!

1 comentário:

João Roque disse...

Um post bastante completo da actualidade cheia de novidades, nos últimos dias.
Deixando para lá os problemas (sérios) da Líbia e doutros países da região, concentro-me nas duas perdas muito queridas, uma nacional e a outra internacional, e na triste imagem que foi dada ao país do debate e votação na AR sobre o PAC IV.
O Governo caiu, como se esperava, para contentamento de muita gente, que julga que isto agora é que vai ser bom. Ai, vai..vai!
Só um dia e vejam as "primeiras" medidas de PPC ( e depois mentiroso é o Sócrates).
Ou muito me engano este Coelho não vai lá chegar: nem tem estofo, nem tem "staff" no seu partido.
A ver vamos, como diz o Cego...
Palmas para Francisco Assis, um extraordinário político e fabuloso orador!