domingo, outubro 19, 2008

Portugal no Japão

Como já disse num post anterior, passam agora 30 anos em que a geminação entre Oita e Aveiro foi assinada. Vai daí, houve aqui uma valente recepção a uma comitiva vinda de Aveiro.
Foi no hotel Toyo, mesmo junto à escola de Omichi.
Estava ansioso, como seria de esperar, porque não é todos os dias que se vêm comitivas portuguesas a passear por Oita.

A Mari veio buscar-me e lá fomos os dois. A Yuriko também foi. E a minha chefe. E um dos vice-presidentes de uma das minhas escolas.
Toda a gente teve que marcar lugar antecipadamente e pagar 3000 ienes. Tudo bem, não houve problema. Mas sempre me fez confusão que ninguém me tivesse dito nada! Não fosse a sempre sapiente Mitsue, e eu tinha sabido da coisa como qualquer outra pessoa. Ok, não sou especial, não sou mais que ninguém, mas sendo o único português com residência fixa em Oita, não custava nada aos meninos da Câmara mandarem-me um email a contarem coisas!
Já lhes disse isso e até a Paula lá da embaixada já lhes deve ter dito qualquer coisa. E mais tarde, aquando do jantar, outras pessoas devem ter dito qualquer coisa...

Não é gravíssimo, mas acho uma certa falta de respeito... Enfim... Parece-me que esta gente não está de todo habituada a fazer coisas deste tipo e depois metem os pés pelas mãos! Só pode.

Mas cá fica a comitiva de Aveiro.


E o presidente da câmara a discursar. E o que eu gostava de ter falado com ele!


Um dos representantes portugueses.


E os meus companheiros de mesa... Nem um português à vista! Mas tudo gente muito kika... E umas quantas vestidas de kimono, o que sempre me satisfaz!




As conversas iam acontecendo. Descobri que as senhoras de kimono tinham ido a Portugal no verão para uma mostra de dança japonesa e que uma outra tinha lá ido há 29 anos! E toda a gente logo comentou que eu nem era ainda nascido então! AH AH! Que satisfação!

Houve também uma apresentação de Aveiro, uma cidade que ainda não conheço mas que cada vez mais quero conhecer, porque me parece belíssima.

Havia vinhos portugueses e até fado. Interpretado por um japonês acompanhado de japoneses. Uma experiência interessante e que aqui fica.







Conheci umas quantas pessoas da comitiva de Aveiro. Tudo gente simpática. Todos claramente cansados, que o programa oficial não é a brincar, mas tudo bem disposto e a usufruir do jantar e da companhia.

E assim foi. Chegadas as 9 horas, a coisa acabou. A tempo, que no Japão não se brinca, como toda a gente sabe. A comida até não estava má, pena eu ser tão esquisito. Mas ainda comi carninha da boa.
E foi interessante rever uns quantos japoneses falantes do português e descobrir outras pessoas que falam a minha língua. Pessoas anónimas, como uma senhora que trabalha na câmara (e que nada tem a ver com a secção cultural - o Japão também consegue ser bom no desperdício de rescursos!) - ou uma outra que é jardineira num jardim típico japonês!
Não é extraordinário!?

4 comentários:

Maria Manuela disse...

Claro que é fantástico e claro que só um país provinciano como este é que não aproveita a sua maior riqueza (que não, não é só o clima e a localização geográfica, mas toda uma diaspora de gente espalhada pelo mundo inteiro e que ainda assim têm um enorme orgulho de serem portugueses !).

bj

J. Maldonado disse...

Concordo com a Maria Manuela. :)
Realmente são sempre bons esses eventos, pois recordam um pouco do nosso país, assim como transmitem um pouco da nossa cultura aos povos estrangeiros que a desconhecem.
Olha que o tal fado cantado pelo japonês até não está mau... LOL

João disse...

Fado cantado por japoneses?
Gostava de ter visto :)

Anónimo disse...

Olá Angelo,

Excelente "reportagem".

Por cá a unica coisa que sai sobre estas "geminações" são pequenos comentários nos jornais locais e no nosso site.

É pena.

Cumprimentos deste lado da redondinha...