sábado, fevereiro 26, 2011

Da Líbia

Toda a gente anda a comentar o que se passa em alguns dos países árabes. Desde o people no trabalho, às velhas na camioneta e à gente à hora do jantar.
Como já referi aqui, sigo tudo isto entusiasmado, porque qualquer tipo de autocracia devia ser banido, que ninguém merece viver sob a égide de um Kim Jong-Il, um Khadafi ou um Paulo Portas.

O último país árabe a estar na berra é a Líbia. Um país com uma besta na cadeira do poder há mais de quarenta anos e que dá problemas desde há muito tempo.
Eu acho de uma brutalidade extrema, compáravel até à barbárie hitleriana, um líder de um país mandar caças despejar tiros sobre a população indefesa que, tudo o que quer, é uma qualidade de vida melhor. Acho isto inqualificável e um brutal desvirtual da relação estado-povo.

O tipo sempre foi associado a camapanhas de ataques terroristas. A legiões de amazonas virgens. A enfermeiras ucranianas com mamas de aço. A usar e abusar do lucro dos recursos do seu país. 
Depois, com medo de uma invasão a la Iraque, meteu o rabinho entre as pernas e começou a mostrar uma outra imagem ao mundo. Mais cooperante, mais tolerante.
Mas estas últimas semanas mostram bem a esquizofrenia que vai naquela cabeça. A loucura a que a sua fealdade extrema o terá levado. É que só pode.
Este homem devia ser julgado pelo seu ataque contínuo aos direitos humanos nas últimas quatro décadas. E espero que o seja.

É triste ver o que está a fazer ao seu povo. Ao povo da sua capital. Porque ele já perdeu basicamente o resto do país. Até os militares se juntam à populaça revoltosa.
Dá-me uma enorme satisfação ver o abandono a que, progressivamente, está a ser votado: a delegação líbia em Genebra demitiu-se em bloco, os seus embaixadores na Grécia, Suécia e Portugal bateram com a porta, ministros também já se demitiram e até Bam Ki-moon exige sanções fresquinhas do mundo contra aquele regime. Os bens - milionários, pois está claro - que ele e a sua família - que aquele filho dele não engana ninguém, também! - têm no Reino Unido estão já a ser congelados para que não tenham ideias tristes.

Cada vez mais me convenço que estas bestas que governam regimes sanguinários vivem no seu mundo e devem, só podem, ter um problema qualquer. Mas numa coisa a besta líbia tem razão: a Líbia não é sólida e una como outros países árabes... E isso pode dar problemas.
Claro que o cavalgadura líbio já ameaça distribuir armas pelos seus partidários e assim dar um contributo, certamente mortal, para o desmemberamento da Líbia ou, pelo menos, para o seu definhar durante algum tempo. E até começou a fazê-lo indo buscar mercenários - sim, leram bem! - ao Sahel africano!

Uma vergonha! Um ultraje! E, para bem do mundo, só espero é que o tipo desapareça para todo o sempre. 

Para terminar, continuo sempre a pensar no futuro que terão estes países agora em convulsão... O fundamentalismo está à porta e, como toda a gente sabe, consegue ser avassalador.

5 comentários:

Daniel C.da Silva disse...

Ângelo, o Inimigo Público (suplemento do Público) trazia Sócrates vestido à Khadafi. E textos que, a brincar, revelam a situação em que estamos mergulhados.

Vem isto porque juntas aos ditadores, o Paulo Portas. Como sabes sou apartidário, mas para seres coerente e distante das tuas convicções políticas, devias ter escrito Jose Socrates, que tem governado Portugal para a sepultura com a conivência dos socialistas que acham que sim, que está tudo bem, e que o desmando, desgoverno e AUTORITARISMO (uma oligarquia encapotada) que tem exercido e com ele leva a Poor's e a Mood além do espectro do FMI entrar em Portugal, à maior crise de SEMPRE de Portugal, numa altura em que se vive num sistema global de competição e que por isso é como se a responsabilidade fosse acrescida. Para não falar de quando faz da vergonha, honra e mérito; da corrupção (nao é preciso ir ao 3º mundo, tens cá em Portugal) um valor absoluto e que deve ser premiado, e que pessoas como tu andam a esfalfar-se para eles terem mordomias acéfalas e proventos inimaginaveis que tu alguma vez terás!

O que se passa na Líbia já devia ter acontecido há muito, mas não é menos verdade que nao apenas o povo nao parece importar-se muito com o facto de ter um ditador, como este (e os outros) foram uma espécie de garante entre esses países e a comunidade internacional de que o terrorismo putro e duro nao grassaria, e assim se comportaram.

Nada explica que existam regimes ditatoriais, mesmo aqueles que vivem em regimes democratico e que só por nao terem maiorira absoluta (PS) nao fazem pior...

HUgs

Angelo disse...

É engraçado que tu insistes sempre na mesma tecla.

Eu não sou um seguidor cego de ninguém. E já tenho feito alguns comentários a algumas manias socratianas aqui: o autismo, a falta de outras opiniões, etc...

Pensa bem nisto quando voltares a referir as minhas opções partidárias, por favor.

Referi o Paulo Portas porque é o meu ódio de estimação. Ainda muito antes do Sócrates entrar em campo.

Portugal está mal, sim, mas não tens líderes nenhuns a matar civis que se manifestam nas ruas.

E não te preocupes: quando eu for primeiro ministro isto entra tudo na linha. Senão vai tudo para o olho da rua.
Até na QNE!

Miguel F. Carvalho disse...

" legiões de amazonas virgens. A enfermeiras ucranianas com mamas de aço." - ao ler isto pensei logo em mais um vilão para os filmes do James Bond...

A ficção a inspirar-se na realidade? ou a realidade a absorver a ficção?

Daniel C.da Silva disse...

Freund, limitei-me a constatar o óbvio; e não sejas literalista na definição de ditador! Não é preciso matar-se as pessoas como Khadafi; há quem mate de outras maneiras, e isso é Portugal hoje... ou melhor, ha ja uns anos.

Eu nao tenho literalmente nada a ver com as opções partidárias ou religiosas de quem quer que seja, Ângelo! limito-me a ser crítico e a opinar! Nao é nada de pessoal, como é óbvio!

E quando fores 1º Ministro, pelo menos nao serás um Yes, Minister! ;) que eu conheço-te, e é assim mesmo e por isso mesmo que gosto de ti :)

Fui ;)

pedro polonio disse...

mister, esqueceste-te de referir que o senhor khadafi cumpria uma função muy importante para a união europeia: impedia que os emigrantes da áfrica sub-sahariana chegassem à europa.
=:-)