Depois da cerimonia do cha!
Desde que cheguei ao Japao, tive varias oportunidades de conhecer professores locais que ensinam ingles ou dao aulas na primaria, o que significa que tem, tambe, de ensinar ingles.
Alias, o ingles e tido como muito importante no Japao, pelo que ja se ensina ingles na primaria sem curriculum estruturado, pelo menos, para ja.
A primeira vista, e para quem esta dentro disto, ha que referir duas falhas importantissimas: muitas das vezes, os professores estao tao preocupados em que a aula e a aprendizagem do ingles sejam divertidas, que o conteudo das actividades e, nao raras vezes, escasso ou sem resultados praticos; e, como sera obvio, obrigatorio que os professores (na primaria) saibam, eles tambem, ingles! Ja me aconteceu os professores saberem pouquissimo de ingles o que, conjugado com alguma falha na planificacao das aulasm dificulta a comunicacao e o decorrer de uma aula! Assim nao vamos la!
Mas, como diria a outra, isso agora nao interessa nada!
Quero escrever sobre as actividades que tive desde os primeiros dias no Japao, em que pude conhecer os professores daqui, entre outras pessoas. Tudo gente simpatiquissima, novos, velhos, altos, baixos, gordos, magros (mas sobretudo magros! GRRRR). Homens e mulheres.
Um belo dia, uma parte do pessoal que trabalha no Board of Education foi chamado para umas actividades que os professores (primarioa e nao so) estagiarios tinham preparado para nos. Sabiamos que so tinhamos que ir, estar la e conviver (e talvez falar sobre o nosso pais). Parece-me que era este o objectivo primeiro, sendo o ultimo a pratica de actividades pensadas pelos professores, para todos nos misturarmos e falarmos e tudo e tudo e tudo.
Foi dos dias mais interessantes que vivi aqui. Foi o dia do sado e do taiko.
Comecamos pelo taiko. Ou seja, por tocar tambores japoneses. De diferentes tamanhos. E nao e facil, nao senhor. Ja tinha visto actuacoes de tocadores de tambores, e ja me parecia complicado. E, de facto, necessaria forca e nocao de musica e ritmo que eu nao tenho (sobretudo para toicar instrumentos)!
Deja como for, treinamos e todos tocamos uma musica. Cada grupo (dividido conforme a "classe" de tambor) tocava a sua parte, conforme estava na pauta (sim, tive que a ler!) e, no todo, a coisa correu muito bem.
Gostei. Mas o que se seguia ainda me seduziu mais. A cerimonia do cha! Sado!
Entramos para uma sala de tatami onde estava um grupo de senhoras (ja com mais de 50 anos, decerto) e a sua sensei (um misto de mestre e professora) ja com 89 anos. Todas de quimono, todas sentadas na posicao que esta cerimonia implica: de joelhos, com os pes debaixo do rabo!
Apresentamo-nos (em japones e com uma venia muito profunda) e passamos para a sala ao lado. Obviamente que ate esta passagem tem um ritual. Ou melhor, a entrada na outra sala tem um modo para ser feita: erguemo-nos e prosseguimos com as nossas maos fechadas e balancamos o corpo para a frente, sempre de joelhos.
Dentro da sala, seguimos ate uma imagem, a frente da qual fizemos uma venia. E tomamos o nosso lugar, que, por fim, acaba por formar um semi-circulo entre todos.
E la tivemos que nos colocar naquela posicao. Pode parecer facil, mao nao e! 5 minutos depois, estava ja sentado de lado. A nossa sensei disse que o podiamos fazer, mas fora esta cerimonia, por exemplo, com o imperador e eu jamais me poderia sentar desta forma.
O cha verde, algo espesso, veio. Cada um serve a pessoa seguinte, que esta ao seu lado, como e costume no Japao. O cha vem acompanhado por um doce colorido, tamanho J (de Japao, extra small, XS na Europa, MXS - miniscule extra small - nos EUA). O proprio acto de receber a chavena e de beber o cha tem um protocolo. Receber com a mao direita, agarrar com as duas maos e rodar a chavena ate a nossa boca, ja que o lado certo para bebermos nao e aquele que fica virado para nos aquando da recepcao da chavena.
Foi lindo. As senhoras eram, claro, todas muito simpaticas e perguntavam se desejavamos mais e ensinavam-nos como nos comportarmos.
Bem que tentei, por varias vezes, retomar a posicao da cerimonia, mas era bem sucedido apenas por alguns minutos. Sentia-me com 200 anos, ja que a minha amiga de 89 anos passou TODO o tempo de joelhos, com os pes debaixo do rabo. Uma coisa prodigiosa. E era girissimo ve-la a dar indicacoes as suas discipulas e a trata-las como se fossem meninas de escola.
A nossa sensei estara no topo do seu percurso quando o actual sensei-mor for desta para melhor. Isto quer dizer que ela domina todos os aspectos da cerimonia do cha.
A nossa saida foi feita com movimentos semelhantes aos da nossa entrada. E tudo feito de forma ponderada. Ate o local exacto onde estavamos sentados tinha regras: nao podiamos estar sobre as juntas dos tapetes de tatami e tinhamos que ficar a uns quantos centimetros destas. E facil, porque os tapates tem fios verticais (que medem um milimetro)e fios transversais(a cada centimetro).
E assim o Japao. Fiquei fascinado pela cerimonia e por aquela senhora.
E o Japao a revelar as suas surpresas!
Alias, o ingles e tido como muito importante no Japao, pelo que ja se ensina ingles na primaria sem curriculum estruturado, pelo menos, para ja.
A primeira vista, e para quem esta dentro disto, ha que referir duas falhas importantissimas: muitas das vezes, os professores estao tao preocupados em que a aula e a aprendizagem do ingles sejam divertidas, que o conteudo das actividades e, nao raras vezes, escasso ou sem resultados praticos; e, como sera obvio, obrigatorio que os professores (na primaria) saibam, eles tambem, ingles! Ja me aconteceu os professores saberem pouquissimo de ingles o que, conjugado com alguma falha na planificacao das aulasm dificulta a comunicacao e o decorrer de uma aula! Assim nao vamos la!
Mas, como diria a outra, isso agora nao interessa nada!
Quero escrever sobre as actividades que tive desde os primeiros dias no Japao, em que pude conhecer os professores daqui, entre outras pessoas. Tudo gente simpatiquissima, novos, velhos, altos, baixos, gordos, magros (mas sobretudo magros! GRRRR). Homens e mulheres.
Um belo dia, uma parte do pessoal que trabalha no Board of Education foi chamado para umas actividades que os professores (primarioa e nao so) estagiarios tinham preparado para nos. Sabiamos que so tinhamos que ir, estar la e conviver (e talvez falar sobre o nosso pais). Parece-me que era este o objectivo primeiro, sendo o ultimo a pratica de actividades pensadas pelos professores, para todos nos misturarmos e falarmos e tudo e tudo e tudo.
Foi dos dias mais interessantes que vivi aqui. Foi o dia do sado e do taiko.
Comecamos pelo taiko. Ou seja, por tocar tambores japoneses. De diferentes tamanhos. E nao e facil, nao senhor. Ja tinha visto actuacoes de tocadores de tambores, e ja me parecia complicado. E, de facto, necessaria forca e nocao de musica e ritmo que eu nao tenho (sobretudo para toicar instrumentos)!
Deja como for, treinamos e todos tocamos uma musica. Cada grupo (dividido conforme a "classe" de tambor) tocava a sua parte, conforme estava na pauta (sim, tive que a ler!) e, no todo, a coisa correu muito bem.
Gostei. Mas o que se seguia ainda me seduziu mais. A cerimonia do cha! Sado!
Entramos para uma sala de tatami onde estava um grupo de senhoras (ja com mais de 50 anos, decerto) e a sua sensei (um misto de mestre e professora) ja com 89 anos. Todas de quimono, todas sentadas na posicao que esta cerimonia implica: de joelhos, com os pes debaixo do rabo!
Apresentamo-nos (em japones e com uma venia muito profunda) e passamos para a sala ao lado. Obviamente que ate esta passagem tem um ritual. Ou melhor, a entrada na outra sala tem um modo para ser feita: erguemo-nos e prosseguimos com as nossas maos fechadas e balancamos o corpo para a frente, sempre de joelhos.
Dentro da sala, seguimos ate uma imagem, a frente da qual fizemos uma venia. E tomamos o nosso lugar, que, por fim, acaba por formar um semi-circulo entre todos.
E la tivemos que nos colocar naquela posicao. Pode parecer facil, mao nao e! 5 minutos depois, estava ja sentado de lado. A nossa sensei disse que o podiamos fazer, mas fora esta cerimonia, por exemplo, com o imperador e eu jamais me poderia sentar desta forma.
O cha verde, algo espesso, veio. Cada um serve a pessoa seguinte, que esta ao seu lado, como e costume no Japao. O cha vem acompanhado por um doce colorido, tamanho J (de Japao, extra small, XS na Europa, MXS - miniscule extra small - nos EUA). O proprio acto de receber a chavena e de beber o cha tem um protocolo. Receber com a mao direita, agarrar com as duas maos e rodar a chavena ate a nossa boca, ja que o lado certo para bebermos nao e aquele que fica virado para nos aquando da recepcao da chavena.
Foi lindo. As senhoras eram, claro, todas muito simpaticas e perguntavam se desejavamos mais e ensinavam-nos como nos comportarmos.
Bem que tentei, por varias vezes, retomar a posicao da cerimonia, mas era bem sucedido apenas por alguns minutos. Sentia-me com 200 anos, ja que a minha amiga de 89 anos passou TODO o tempo de joelhos, com os pes debaixo do rabo. Uma coisa prodigiosa. E era girissimo ve-la a dar indicacoes as suas discipulas e a trata-las como se fossem meninas de escola.
A nossa sensei estara no topo do seu percurso quando o actual sensei-mor for desta para melhor. Isto quer dizer que ela domina todos os aspectos da cerimonia do cha.
A nossa saida foi feita com movimentos semelhantes aos da nossa entrada. E tudo feito de forma ponderada. Ate o local exacto onde estavamos sentados tinha regras: nao podiamos estar sobre as juntas dos tapetes de tatami e tinhamos que ficar a uns quantos centimetros destas. E facil, porque os tapates tem fios verticais (que medem um milimetro)e fios transversais(a cada centimetro).
E assim o Japao. Fiquei fascinado pela cerimonia e por aquela senhora.
E o Japao a revelar as suas surpresas!
1 comentário:
Então e deixaste lá ficar uma chaveninha para ti? Segundo os costumes tibetanos, quando os anfitriões querem que regressemos, deixam lá ficar uma chávenas à nossa eepera. Tu sabes que cá tens milhentas à tua espera.
Beijinhos Telma e Carpe diem!
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