Os dois lados da nossa praia...
A viagem correu muito bem. Estavamos todos excitados.
Saimos de Oita na sexta-feria e apanhamos o aviao da ANA para Okinawa as 11.25.
Eu e a Danny fomos de bicileta ate a estacao (a 10 minutos de casa) e la encontramos a Mary, que ja tinha estabelecido contacto com os indigenas: estava na paragem a conversa com um senhor ja bem entradote, que falava um ingles muito bom!
Iamos apanhar o autocarro das 09.20 da cidade para o aeroporto de Oita (porque Oita tem um aeroporto!). Ainda e uma hora de caminho. Para nao variar, a Sonya, o Thomas e a Chewy estavam atrasados e chegaram mesmo as 09.20. Como os transportes nao sao como em Portugal, tiveram que correr para a carreira!
La entramos no autocarro, com as nossas malas e o tal velhote (que ia no mesmo aviao para Okinawa). Passados uns minutos, o nosso novo amigo deu-nos uns snacks japoneses: uma coisa enrolada em algas secas com amendoins no meio. Primeiro estranha-se, depois entranha-se, diria!
Chegamos ao aeroporto, fizemos o check in, esperamos pelo aviao e la fomos dentro do dito cujo. Fiquei super longe do resto do pessoal, mas la me arranjaram um lugar, a frente, pertinho deles.
As hospedeiras sao, alem de simpaticas, lindas e estao sempre bem. Ja tinha reparado na perfeicao da Cathay, mas a ANA nao lhe fica atras. Nada que se compare a tantas outras companhias que ja experimentei, em que parece que o pessoal se levantou, penteou-se, vestiu-se e foi trabalhar. Aqui ha brio, ha beleza.
A viagem, em si, correu bem. A Chewy e a Mar foram a dormir parte do caminho e eu fui na palheta com a Sonya e o Thomas.
Chegamos ao aeroporto internacional de Naha - capital de Okinawa - a uma da tarde. Nem queriamos acreditar que estavamos em Okinawa! A primeira coisa que fizemos foi procurar um fax para a Mary: o supervisor dela queria um itinerario detalhado, contactos do hotel, bla, bla, bla... Ela fez um papelote e la o enviou. Duas coisas a notar: a Mary tem telemovel, com o qual anda sempre e, aqui, os correios nao enviam faxes, mas sim as lojas de conveniencia! De facto, no Japao, e no nosso caso em especial, e preciso informarmos os nossos superiores das nossas deslocacoes. mas isto era zelo a mais. Enfim, nada que nao se resolvesse.
O aeroporto de Naha tem muito bom aspecto: limpo, grande, simples. E esta cheio de avioes enormes! Gostei muito. E as lojas de conveniencia tem coisas lindas e maravilhosas. Mas contivemo-nos!
Saimos do edificio principal do aeroporto, por um passadico, para a estacao do monocarril. Sim, Naha tem um monocarril. A minha primeira vez num monocarril, de facto, comercial. Ja tinha andado no dos aeroportos de Zurich e Roma, mas nao e a mesma coisa.
A Chewy perguntou qual a estacao mais proxima do nosso hotel e la fomos nos. 230 ienes por uma viagem silenciosa e confortavel de 10 minutos.
Chegamos a estacao de Miebashi e apanhamos um taxi para o hotel Ekka (nao e extremamente parecido com uma bela palavra portuguesa: panqueca!?). O hotel fez-me lembrar, a primeira vista, um hotel dos anos 60 de beira de praia. Deve ser, de facto, dos anos 60, so nao e a beira da praia!
Fizemos o check in, subimos aos quartos e decidimos ir imediatamente para a praia. Nao sem antes pararmos para almocar. A caminho de um sitio qualquer, paramos num restaurante de comida rapida japonesa (de todo sinonimo de junk food!) onde tinhamos que comprar uma refeicao numa maquina e, depois, esperar pela dita cuja. 480 ienes por um monte de goban (noodles). Que maravilha.
Descemos mais um pouco a rua, e estavamos no terminal de ferries. O Thomas precisava de uns calcoes e comprou-os aqui. E eu, como toda a gente, estavamos a bisbilhotar a oferta da loja. Foi ai que a mirei: uma camisa cor de laranja, tipo Hawai. Nao seria nada o meu estilo, mas esta era tao gira. Enfim... Resisti a compra-la. Afinal, tinhamos acabdo de chegar.
Ja todos tinhamos reparado numa coisa: em Okinawa as pessoas sao diferentes. Mais descontraidas... nao se ve nada dos fatos e uniformes em todo o lado como no resto do Japao. Mesmo a fisionomia e ligeiramente diferente... As pessoas tendem a ser mais escuras, mais peludas mas com os olhos em bico na mesma!
Perguntamos na loja, qual seria a praia decente mais perto. La nos indicaram uma. Metemo-nos num taxi e chegamos a praia 10 minutos depois.
Nem sei bem qual foi a nossa reaccao quando a vimos. Foi do tipo mas o que e isto!?. A praia era pequena (man-made) e tinha um ponte mesmo em frente dela. mas era limpa, tinha nadador-salvador, casas de banho e duche e a agua era de um azul interessante. Em 5 minutos estavamos dentro de agua. Estava bem boa, mas sempre pensei que fosse mais quente. A Chewy disse-me que fica mais quente a noite. Seja como for, era ja dia 7 de Outubro. Nao propriamente o pino do verao!
Depois da praia, fomo jantar a um restaurante italiano. Comida fantastcia, pessoal extremamente simpatico. mas estava tudo a olhar para nos. Porque seria? Por estarmos a rir imenso? Por termos ido todos esperar que a Mary saisse da casa de banho e lhe termos apagado a luz? Nao sei. Mas foi bem divertido.
Nessa noite, estava exausto e fui dormir cedo. A Chewy foi comigo, mas o resto do pessoal foi para a night.
Na manha seguinte, levantamo-nos pelas 9 da manha, despachamo-nos, tomamos o pequeno almoco e fomos para o nosso destini seguinte: tinhamos comprado a viagem e uma noite no hotel por quase 26000 ienes, mas tinhamos que achar um outro sitio para dormir na segunda noite. O Ekka era demasiado caro, entao a Danny puxou do seu Lonely Planet e encontrou uma especie de dormitorio por 1500 ienes por noite.
Na verdade, nao queria acreditar quando la cheguei: nao viamos ninguem a quem nos dirigir, o sitio era demasiado hippie/alternativo para mim, do genero self-service e, enfim, nao tinha nada a ver comigo. A Danny, por seu lado, estava doida, ja que aquele lugar era todo ela!
Seja como for, tinha ar de confortavel, era limpo, a companhia era excelente e so iamos ficar por uma noite!
Deixamos a nossas coisas nos beliches (Sonia... nao te exaltes!) e la fomos nos...
Ah... Estava a esquecer-me: antes dito, tinhamos passado no tal terminal! E la comprei a tal camisa maravilha! E minha, toda minham minha ate ao fim! E amo-a! It had to be mine!
Voltando a nossa viagem... Depois de largarmos as bugigangas na tal hospedaria, seguimos, de novo, para o terminal dos ferries. Decidimos apanhar um qualquer barco para uma qualquer ilha... Tinhamos falhado o umtimo por 10 minutos. Com destino a uma daquelas ilhas todas verdes, com areias brancas e aguas azuis cristalinas... E os proximos barcos eram so pelas 16.00. Tarde demais!
Mas tinhamos um plano B (que espertos que nos somos!): apanhar um taxi para um sitio qualquer. Inicialmente queriamos ir para norte, mas a praia ideal ficava a 7000 ienes e a uma hora de distancia. Demais. A outra opcao era uma zona de surf, mais perto, mas com praias artificiais. No way! E la optamos pela ultima escolha: Mibaru Beach. A 30 minutos de distancia, natural e com barcos para vermos os corais.
Os nossos taxistas (eramos 6, dai termos apanhado 2 taxis)eram super simpaticos e eo nosso,m em particular, foi monstrando-nos os mangais, as bananeiras, as canas de acucar. Ali nao se planta arroz!
Chegamos a praia. Nem sabia bem o que pensar: as aguas eram translucidas, estava quase deserta, a areia era branca. Enfim, perfeita, nao fora as nuvens cinzentas ao longe. Estava, diria, numa praia de uma qualquer ilha tropical, mas como diria a Chewy, Okinawa e sub-tropical! Eu e o Thomas - estreantes nestes mundos - so diziamos: se ha bananeiras e praias maravilhosas, e tropico e mais nada! Nunca nos entendemos...
Seja como for, fui para a agua assim que cheguei. Ai, ai... Caldo! Caldo perfeito! Sem ondas, sempre a ver-se o fundo, rocha aqui, rocha ali. Uma maravilha!
Diria que, das quatro horas e meia que estivemos na praia, estive umas tres e meia dentro de agua. So a Sonya me ganhou... Quando la entrou, so saiu imediatamente antes de virmos embora.
Tiramos fotos, nadamos, vimos as conchas e caminhamos com o vazar da mare ate bem longe. So nao nos aventuramos ate a barreira de coral - onde as ondas do mar rebentavam - porque ja estavamos de molho ha imenso tempo.
Entretanto, eu e a Sonya tinhamos metido conversa com um nativo (que fique claro que nao uso estes termos de forma depreciativa... E so na brincadeira!) de Naha que andava por ali a mergulhar com os seus oculos para ver debaixo de agua.
Com estes oculos postos, pude ver a vida debaixo de agua. Ja tinha visto peixes exoticos sem os oculos, mas quando os pus e mergulhei vi uma coisa fascinante: uma especie de peixe palhaco que nadava agitadamente por 2 ou 3 segundos e olhava para mim, voltava a nadar agitadamente e a olhar. Como que a dizer "sai daqui que este lugar e meu e as gajas sao minhas!". Em japones, claro. Acho que nunca esquecerei a cara do peixe.
Nao cheguei a ver corais de cores sublimes, porque, como disse, nao fomos ate a barreira de coral. Mas vi aqueles corais brancos, mais comuns. E algas. E outros peixes. E acabamos por decidir nao apanhar o tal barco para ver os peixes e o coral. Era ja tarde e o barco era caro. E, afinal, ja tinhamos visto o peixedo!
Fomos ate a um cafe mesmo ali ao pe para comermos qualquer coisa. Eu comi um hamburger steak com um molho japones qualuqer e arroz. Bem bom. E depois foi altura de regressar a Naha. Os nossos taxistas apanharam-nos as 16.30 la na praia. Nesse momento, estava a chover. E bem. Mas - e e estranho para mim - mais uma vez nao estava frio!
Chegamos a nossa hospedaria, tomamos um banho e, dai a pouco, estavamos prontos para continuar.
Sabiamos que havia um "Carnaval" num parque nao muito longe do sitio onde estavamos. Era uma feira com diversoes e tudo mais. O parque era junto ao rio e as barraquitas estavam, na sua maioria, paralelas a este. Vendiam comida, rifas e tudo mais. Eu ainda fiz tiro aos baloes e ganhei uma espada insuflavel. Que feliz que estava! Depois comprei um balao com a foto de um cao todo pipi.
O pessoal parou para comer qualquer coisa e beber muito e acabamos por ir parar a um palco onde estava a decorrer um espectaculo. Na verdade, iamos a passar no cmainho princiapl do parque quando ouvimos alguem a cantar no topo de uma escadaria. Aquilo soava tao bem que decidimos subir e ir espreitar. Eu e a Mary sentamo-nos e o resto do pessoal decidiu ficar em pe.
La estava um grupo de musica local a cantar musicas de Okinawa, vestidos a rigor. Estava a adorar! Batiamos palmas e dancavamos sentados. Depois vieram os tocadores de tambores para acompanharem a musica. Todos eles estavam vestidos com cores bem fortes e estes ultimos dancavam uma coreografia bem interessante. Quando dei por isso, eu, a Mary e outras pessoas do publico estavamos a dancar com os tocadores de tambores. Foi lindo! Uma experiencia para recordar!
Ainda consegui tirar uma fotografia com uma senhora do grupo - que me fazia lembrar a Simone D'Oliveira - e metemo-nos a caminho novamente. A noite estava perfeita e, dai a nada, vimos fogo de artificio. Nada de magnanimo como o da Expo ou o da passagem de ano em Lisboa, mas, mesmo assim, muito bonito, com muitas cores e efeitos diferentes.
A Mary, a Danny, a Sonya e o Thomas continuavam a beber e a beber, sobretudo cerveja. Bem... Estavamos no Beer Paradise, por essa altura. Uma outra parte da feira.
Um apontamento curioso: aqui, o algodao doce vende-se em sacos ENORMES!
Outro apontamento: nalgumas barracas de tiro ao alvo e afins, um dos premios era pintainhos. Bem, isto ja e mau. Pior e a cor dos ditos cujos: verde, laranja... Acho uma enorme falta de etica e devia ser proibido! Que vai acontecer a estes animaizinhos pequenos e frageis quando sao entregues como premios, sobretudo a criancas!?
Mas continuemos a estoria!
A feira acabava as 9 da noite! Onde e que ja se viu isto!? A caminho da saida, vimos um pequeno grupo de nativos a tocar guitarra e a cantar em japones. Decidimos parar e ficar a ver. Dai a nada, estavamos na conversa e tudo acabou a dancar. Sobretudo a Mary e a Danny que sao muito dadas a trocas inter-culturais.
A saida, eu e a Sonya decidimos comer daquelas macas envolvidas num qualquer caramelo de cor vermelha. Eu nunca tinha experimentado, mas sabia que as macas eram, em condicoes normais, grandes. Pois aqui sao pequenas. Que coisa! Tudo e pequeno neste pais (a excepcao do algodao doce!)!
iamos a caminho da hospedaria quando decidimos ir a um qualquer sitio. Talvez karaoke... E la acabamos num bar - se e que se pode chamar "Bar" ao sitio onde fomoes - com tres senhoras atras do balcao e dois clientes.
Aqui e comum haver bares com um karaoke, um balcao, algumas mesas com aqueles sofas tipo peluche dos anos 70/80 e onde os funcionarios vao estando com os clientes, deitando bebidas nos copos e conversando. Pagamos um balurido, mas foi das coisas mais divertidas que fiz ate hoje no Japao.
Toda a gente cantou (e, note-se, que eu nunca vira a Chewy by night, ja que raramente sai). Obviamente que cantei Like a Virgin. E rolei no chao e fiz movimentos muito sugestivos. As mulheres la do bar so riam e batiam palmas.
A Mary - ja feliz depois da milionesima cerveja - dancava que nem uma doida e cantava desalmadamente. A Sonya. o Thomas, a Danny... Toda a gente cantava e dancava. A Chewy ate cantou em mandarim.
E e preciso dizer que, nestes sitios, NAO SE DANCA... Ou melhor, nao se dancava!
A dona do bar, uma mulher com roupas largas, bem arranjada, ja nos seus 60, perguntou-nos de onde eramos. Disse logo que nao eramos militares porque eramos muito simpaticos! E ela ficou muito surpreendida quando lhe dissemos que nao havia, no grupo, um americano. Por fim, agradeceu-nos sinceramente pelo bom e jovial momento que lhe proporcionaramos.
Depois desta loucura toda, eu ate queria voltar para a hospedaria, para descansar. Mas ate a Chewy alinhou em ir para outro sitio e la acabamos, nem sei onde, num bar todo moderno onde comi uma taca de arroz e o pessoal bebericou e petiscou qualquer coisa.
Apanhamos um taxi, regressamos a hospedaria. A noite terminara aqui. Ai pelas 3 da manha.
Claro que no dia seguinte estava tudo podre! Estava um dia sem nuvens, algo quente! E foi neste dia que estreei a minha camisa linda e maravilhosa. Eram ja as ultimas horas da nossa viagem e pusemo-nos a caminho do pequeno almoco.
Tinhamos visto, na noite anterior, um Italian Tomato perto do parque. Andamos ainda uns 20 minutos - que mais pareceram 3 horas - numa manha ja quente. La chegamos. Oh my God! Nem sabia no que me ia meter!
O espaco era agradabilissimo, com pequenos sofas e poltronas e mesas. Muito bonito. Mas nao tinham pastelaria como nos outros. Percebemos, entao, que estavamos no Junior Cafe do Italain Tomato e isso quereria dizer alguma coisa.
Olhei o menu e queria pao, ja que nao tinham os croissants ou os outros bolos que costumo comer na minha cidade de Oita. Pois as meninas nao tinham pao! Onde e que ja se viu um cafe nao ter a coisa mais basica no universo que e o pao!? Enfim. Depois vi que tinham cachorros quentes... Ora, os cachorros quentes tem pao, certo!? Entao - surpresa, surpresa - tive que pedir um cachorro quente sem o cachorro quente! Senao elas nao chegavam la! E pedi uma fatia de um bolo que la tinham. Aqui e normal encontrarem-se bolos grandes partidos em fatias, envolvidos individualmente em papel prata (nada que me surpreenda depois de ter visto brocolos e limoes embalados INDIVIDUALMENTE!). Alias, deve ser so mesmo aqui no Japao!
La comi dois cachorros quentes sem os ditos cujos, um caffe latte e uma fatia de bolo. Estivemos nisto mais de uma hora, ja que estavam todos KO.
Depois andamos - e estava ainda mais quente - mais uns 20 minutos ate um centro comercial. Podiamos ter apanhado o monocarril, mas as meninas do cafe que nos haviam indicado o centro comercial deviam estar zangadas e, por isso, fizeram-nos andar!
Demos uma volta por ali, mas como estava tao cansado e o meu cerebro estava parado, nem comprei nada. Se fosse agora, ia ter um problema grande!
Depois disto, rumamos ao aeroporto, metemo-nos no aviao. E advinhem quem estava no aviao? O nosso amigo que fora connosco para Okinawa!
Como diria a minha Grace, resumindo e concluindo, foi uma optima viagem! Correu tudo bem (a nao ser a cena do pao!), o tempo esteve, em geral, bom, a companhia era excelente e os voos foram suaves. Um destino a aconselhar e, claro, a repetir!
Saimos de Oita na sexta-feria e apanhamos o aviao da ANA para Okinawa as 11.25.
Eu e a Danny fomos de bicileta ate a estacao (a 10 minutos de casa) e la encontramos a Mary, que ja tinha estabelecido contacto com os indigenas: estava na paragem a conversa com um senhor ja bem entradote, que falava um ingles muito bom!
Iamos apanhar o autocarro das 09.20 da cidade para o aeroporto de Oita (porque Oita tem um aeroporto!). Ainda e uma hora de caminho. Para nao variar, a Sonya, o Thomas e a Chewy estavam atrasados e chegaram mesmo as 09.20. Como os transportes nao sao como em Portugal, tiveram que correr para a carreira!
La entramos no autocarro, com as nossas malas e o tal velhote (que ia no mesmo aviao para Okinawa). Passados uns minutos, o nosso novo amigo deu-nos uns snacks japoneses: uma coisa enrolada em algas secas com amendoins no meio. Primeiro estranha-se, depois entranha-se, diria!
Chegamos ao aeroporto, fizemos o check in, esperamos pelo aviao e la fomos dentro do dito cujo. Fiquei super longe do resto do pessoal, mas la me arranjaram um lugar, a frente, pertinho deles.
As hospedeiras sao, alem de simpaticas, lindas e estao sempre bem. Ja tinha reparado na perfeicao da Cathay, mas a ANA nao lhe fica atras. Nada que se compare a tantas outras companhias que ja experimentei, em que parece que o pessoal se levantou, penteou-se, vestiu-se e foi trabalhar. Aqui ha brio, ha beleza.
A viagem, em si, correu bem. A Chewy e a Mar foram a dormir parte do caminho e eu fui na palheta com a Sonya e o Thomas.
Chegamos ao aeroporto internacional de Naha - capital de Okinawa - a uma da tarde. Nem queriamos acreditar que estavamos em Okinawa! A primeira coisa que fizemos foi procurar um fax para a Mary: o supervisor dela queria um itinerario detalhado, contactos do hotel, bla, bla, bla... Ela fez um papelote e la o enviou. Duas coisas a notar: a Mary tem telemovel, com o qual anda sempre e, aqui, os correios nao enviam faxes, mas sim as lojas de conveniencia! De facto, no Japao, e no nosso caso em especial, e preciso informarmos os nossos superiores das nossas deslocacoes. mas isto era zelo a mais. Enfim, nada que nao se resolvesse.
O aeroporto de Naha tem muito bom aspecto: limpo, grande, simples. E esta cheio de avioes enormes! Gostei muito. E as lojas de conveniencia tem coisas lindas e maravilhosas. Mas contivemo-nos!
Saimos do edificio principal do aeroporto, por um passadico, para a estacao do monocarril. Sim, Naha tem um monocarril. A minha primeira vez num monocarril, de facto, comercial. Ja tinha andado no dos aeroportos de Zurich e Roma, mas nao e a mesma coisa.
A Chewy perguntou qual a estacao mais proxima do nosso hotel e la fomos nos. 230 ienes por uma viagem silenciosa e confortavel de 10 minutos.
Chegamos a estacao de Miebashi e apanhamos um taxi para o hotel Ekka (nao e extremamente parecido com uma bela palavra portuguesa: panqueca!?). O hotel fez-me lembrar, a primeira vista, um hotel dos anos 60 de beira de praia. Deve ser, de facto, dos anos 60, so nao e a beira da praia!
Fizemos o check in, subimos aos quartos e decidimos ir imediatamente para a praia. Nao sem antes pararmos para almocar. A caminho de um sitio qualquer, paramos num restaurante de comida rapida japonesa (de todo sinonimo de junk food!) onde tinhamos que comprar uma refeicao numa maquina e, depois, esperar pela dita cuja. 480 ienes por um monte de goban (noodles). Que maravilha.
Descemos mais um pouco a rua, e estavamos no terminal de ferries. O Thomas precisava de uns calcoes e comprou-os aqui. E eu, como toda a gente, estavamos a bisbilhotar a oferta da loja. Foi ai que a mirei: uma camisa cor de laranja, tipo Hawai. Nao seria nada o meu estilo, mas esta era tao gira. Enfim... Resisti a compra-la. Afinal, tinhamos acabdo de chegar.
Ja todos tinhamos reparado numa coisa: em Okinawa as pessoas sao diferentes. Mais descontraidas... nao se ve nada dos fatos e uniformes em todo o lado como no resto do Japao. Mesmo a fisionomia e ligeiramente diferente... As pessoas tendem a ser mais escuras, mais peludas mas com os olhos em bico na mesma!
Perguntamos na loja, qual seria a praia decente mais perto. La nos indicaram uma. Metemo-nos num taxi e chegamos a praia 10 minutos depois.
Nem sei bem qual foi a nossa reaccao quando a vimos. Foi do tipo mas o que e isto!?. A praia era pequena (man-made) e tinha um ponte mesmo em frente dela. mas era limpa, tinha nadador-salvador, casas de banho e duche e a agua era de um azul interessante. Em 5 minutos estavamos dentro de agua. Estava bem boa, mas sempre pensei que fosse mais quente. A Chewy disse-me que fica mais quente a noite. Seja como for, era ja dia 7 de Outubro. Nao propriamente o pino do verao!
Depois da praia, fomo jantar a um restaurante italiano. Comida fantastcia, pessoal extremamente simpatico. mas estava tudo a olhar para nos. Porque seria? Por estarmos a rir imenso? Por termos ido todos esperar que a Mary saisse da casa de banho e lhe termos apagado a luz? Nao sei. Mas foi bem divertido.
Nessa noite, estava exausto e fui dormir cedo. A Chewy foi comigo, mas o resto do pessoal foi para a night.
Na manha seguinte, levantamo-nos pelas 9 da manha, despachamo-nos, tomamos o pequeno almoco e fomos para o nosso destini seguinte: tinhamos comprado a viagem e uma noite no hotel por quase 26000 ienes, mas tinhamos que achar um outro sitio para dormir na segunda noite. O Ekka era demasiado caro, entao a Danny puxou do seu Lonely Planet e encontrou uma especie de dormitorio por 1500 ienes por noite.
Na verdade, nao queria acreditar quando la cheguei: nao viamos ninguem a quem nos dirigir, o sitio era demasiado hippie/alternativo para mim, do genero self-service e, enfim, nao tinha nada a ver comigo. A Danny, por seu lado, estava doida, ja que aquele lugar era todo ela!
Seja como for, tinha ar de confortavel, era limpo, a companhia era excelente e so iamos ficar por uma noite!
Deixamos a nossas coisas nos beliches (Sonia... nao te exaltes!) e la fomos nos...
Ah... Estava a esquecer-me: antes dito, tinhamos passado no tal terminal! E la comprei a tal camisa maravilha! E minha, toda minham minha ate ao fim! E amo-a! It had to be mine!
Voltando a nossa viagem... Depois de largarmos as bugigangas na tal hospedaria, seguimos, de novo, para o terminal dos ferries. Decidimos apanhar um qualquer barco para uma qualquer ilha... Tinhamos falhado o umtimo por 10 minutos. Com destino a uma daquelas ilhas todas verdes, com areias brancas e aguas azuis cristalinas... E os proximos barcos eram so pelas 16.00. Tarde demais!
Mas tinhamos um plano B (que espertos que nos somos!): apanhar um taxi para um sitio qualquer. Inicialmente queriamos ir para norte, mas a praia ideal ficava a 7000 ienes e a uma hora de distancia. Demais. A outra opcao era uma zona de surf, mais perto, mas com praias artificiais. No way! E la optamos pela ultima escolha: Mibaru Beach. A 30 minutos de distancia, natural e com barcos para vermos os corais.
Os nossos taxistas (eramos 6, dai termos apanhado 2 taxis)eram super simpaticos e eo nosso,m em particular, foi monstrando-nos os mangais, as bananeiras, as canas de acucar. Ali nao se planta arroz!
Chegamos a praia. Nem sabia bem o que pensar: as aguas eram translucidas, estava quase deserta, a areia era branca. Enfim, perfeita, nao fora as nuvens cinzentas ao longe. Estava, diria, numa praia de uma qualquer ilha tropical, mas como diria a Chewy, Okinawa e sub-tropical! Eu e o Thomas - estreantes nestes mundos - so diziamos: se ha bananeiras e praias maravilhosas, e tropico e mais nada! Nunca nos entendemos...
Seja como for, fui para a agua assim que cheguei. Ai, ai... Caldo! Caldo perfeito! Sem ondas, sempre a ver-se o fundo, rocha aqui, rocha ali. Uma maravilha!
Diria que, das quatro horas e meia que estivemos na praia, estive umas tres e meia dentro de agua. So a Sonya me ganhou... Quando la entrou, so saiu imediatamente antes de virmos embora.
Tiramos fotos, nadamos, vimos as conchas e caminhamos com o vazar da mare ate bem longe. So nao nos aventuramos ate a barreira de coral - onde as ondas do mar rebentavam - porque ja estavamos de molho ha imenso tempo.
Entretanto, eu e a Sonya tinhamos metido conversa com um nativo (que fique claro que nao uso estes termos de forma depreciativa... E so na brincadeira!) de Naha que andava por ali a mergulhar com os seus oculos para ver debaixo de agua.
Com estes oculos postos, pude ver a vida debaixo de agua. Ja tinha visto peixes exoticos sem os oculos, mas quando os pus e mergulhei vi uma coisa fascinante: uma especie de peixe palhaco que nadava agitadamente por 2 ou 3 segundos e olhava para mim, voltava a nadar agitadamente e a olhar. Como que a dizer "sai daqui que este lugar e meu e as gajas sao minhas!". Em japones, claro. Acho que nunca esquecerei a cara do peixe.
Nao cheguei a ver corais de cores sublimes, porque, como disse, nao fomos ate a barreira de coral. Mas vi aqueles corais brancos, mais comuns. E algas. E outros peixes. E acabamos por decidir nao apanhar o tal barco para ver os peixes e o coral. Era ja tarde e o barco era caro. E, afinal, ja tinhamos visto o peixedo!
Fomos ate a um cafe mesmo ali ao pe para comermos qualquer coisa. Eu comi um hamburger steak com um molho japones qualuqer e arroz. Bem bom. E depois foi altura de regressar a Naha. Os nossos taxistas apanharam-nos as 16.30 la na praia. Nesse momento, estava a chover. E bem. Mas - e e estranho para mim - mais uma vez nao estava frio!
Chegamos a nossa hospedaria, tomamos um banho e, dai a pouco, estavamos prontos para continuar.
Sabiamos que havia um "Carnaval" num parque nao muito longe do sitio onde estavamos. Era uma feira com diversoes e tudo mais. O parque era junto ao rio e as barraquitas estavam, na sua maioria, paralelas a este. Vendiam comida, rifas e tudo mais. Eu ainda fiz tiro aos baloes e ganhei uma espada insuflavel. Que feliz que estava! Depois comprei um balao com a foto de um cao todo pipi.
O pessoal parou para comer qualquer coisa e beber muito e acabamos por ir parar a um palco onde estava a decorrer um espectaculo. Na verdade, iamos a passar no cmainho princiapl do parque quando ouvimos alguem a cantar no topo de uma escadaria. Aquilo soava tao bem que decidimos subir e ir espreitar. Eu e a Mary sentamo-nos e o resto do pessoal decidiu ficar em pe.
La estava um grupo de musica local a cantar musicas de Okinawa, vestidos a rigor. Estava a adorar! Batiamos palmas e dancavamos sentados. Depois vieram os tocadores de tambores para acompanharem a musica. Todos eles estavam vestidos com cores bem fortes e estes ultimos dancavam uma coreografia bem interessante. Quando dei por isso, eu, a Mary e outras pessoas do publico estavamos a dancar com os tocadores de tambores. Foi lindo! Uma experiencia para recordar!
Ainda consegui tirar uma fotografia com uma senhora do grupo - que me fazia lembrar a Simone D'Oliveira - e metemo-nos a caminho novamente. A noite estava perfeita e, dai a nada, vimos fogo de artificio. Nada de magnanimo como o da Expo ou o da passagem de ano em Lisboa, mas, mesmo assim, muito bonito, com muitas cores e efeitos diferentes.
A Mary, a Danny, a Sonya e o Thomas continuavam a beber e a beber, sobretudo cerveja. Bem... Estavamos no Beer Paradise, por essa altura. Uma outra parte da feira.
Um apontamento curioso: aqui, o algodao doce vende-se em sacos ENORMES!
Outro apontamento: nalgumas barracas de tiro ao alvo e afins, um dos premios era pintainhos. Bem, isto ja e mau. Pior e a cor dos ditos cujos: verde, laranja... Acho uma enorme falta de etica e devia ser proibido! Que vai acontecer a estes animaizinhos pequenos e frageis quando sao entregues como premios, sobretudo a criancas!?
Mas continuemos a estoria!
A feira acabava as 9 da noite! Onde e que ja se viu isto!? A caminho da saida, vimos um pequeno grupo de nativos a tocar guitarra e a cantar em japones. Decidimos parar e ficar a ver. Dai a nada, estavamos na conversa e tudo acabou a dancar. Sobretudo a Mary e a Danny que sao muito dadas a trocas inter-culturais.
A saida, eu e a Sonya decidimos comer daquelas macas envolvidas num qualquer caramelo de cor vermelha. Eu nunca tinha experimentado, mas sabia que as macas eram, em condicoes normais, grandes. Pois aqui sao pequenas. Que coisa! Tudo e pequeno neste pais (a excepcao do algodao doce!)!
iamos a caminho da hospedaria quando decidimos ir a um qualquer sitio. Talvez karaoke... E la acabamos num bar - se e que se pode chamar "Bar" ao sitio onde fomoes - com tres senhoras atras do balcao e dois clientes.
Aqui e comum haver bares com um karaoke, um balcao, algumas mesas com aqueles sofas tipo peluche dos anos 70/80 e onde os funcionarios vao estando com os clientes, deitando bebidas nos copos e conversando. Pagamos um balurido, mas foi das coisas mais divertidas que fiz ate hoje no Japao.
Toda a gente cantou (e, note-se, que eu nunca vira a Chewy by night, ja que raramente sai). Obviamente que cantei Like a Virgin. E rolei no chao e fiz movimentos muito sugestivos. As mulheres la do bar so riam e batiam palmas.
A Mary - ja feliz depois da milionesima cerveja - dancava que nem uma doida e cantava desalmadamente. A Sonya. o Thomas, a Danny... Toda a gente cantava e dancava. A Chewy ate cantou em mandarim.
E e preciso dizer que, nestes sitios, NAO SE DANCA... Ou melhor, nao se dancava!
A dona do bar, uma mulher com roupas largas, bem arranjada, ja nos seus 60, perguntou-nos de onde eramos. Disse logo que nao eramos militares porque eramos muito simpaticos! E ela ficou muito surpreendida quando lhe dissemos que nao havia, no grupo, um americano. Por fim, agradeceu-nos sinceramente pelo bom e jovial momento que lhe proporcionaramos.
Depois desta loucura toda, eu ate queria voltar para a hospedaria, para descansar. Mas ate a Chewy alinhou em ir para outro sitio e la acabamos, nem sei onde, num bar todo moderno onde comi uma taca de arroz e o pessoal bebericou e petiscou qualquer coisa.
Apanhamos um taxi, regressamos a hospedaria. A noite terminara aqui. Ai pelas 3 da manha.
Claro que no dia seguinte estava tudo podre! Estava um dia sem nuvens, algo quente! E foi neste dia que estreei a minha camisa linda e maravilhosa. Eram ja as ultimas horas da nossa viagem e pusemo-nos a caminho do pequeno almoco.
Tinhamos visto, na noite anterior, um Italian Tomato perto do parque. Andamos ainda uns 20 minutos - que mais pareceram 3 horas - numa manha ja quente. La chegamos. Oh my God! Nem sabia no que me ia meter!
O espaco era agradabilissimo, com pequenos sofas e poltronas e mesas. Muito bonito. Mas nao tinham pastelaria como nos outros. Percebemos, entao, que estavamos no Junior Cafe do Italain Tomato e isso quereria dizer alguma coisa.
Olhei o menu e queria pao, ja que nao tinham os croissants ou os outros bolos que costumo comer na minha cidade de Oita. Pois as meninas nao tinham pao! Onde e que ja se viu um cafe nao ter a coisa mais basica no universo que e o pao!? Enfim. Depois vi que tinham cachorros quentes... Ora, os cachorros quentes tem pao, certo!? Entao - surpresa, surpresa - tive que pedir um cachorro quente sem o cachorro quente! Senao elas nao chegavam la! E pedi uma fatia de um bolo que la tinham. Aqui e normal encontrarem-se bolos grandes partidos em fatias, envolvidos individualmente em papel prata (nada que me surpreenda depois de ter visto brocolos e limoes embalados INDIVIDUALMENTE!). Alias, deve ser so mesmo aqui no Japao!
La comi dois cachorros quentes sem os ditos cujos, um caffe latte e uma fatia de bolo. Estivemos nisto mais de uma hora, ja que estavam todos KO.
Depois andamos - e estava ainda mais quente - mais uns 20 minutos ate um centro comercial. Podiamos ter apanhado o monocarril, mas as meninas do cafe que nos haviam indicado o centro comercial deviam estar zangadas e, por isso, fizeram-nos andar!
Demos uma volta por ali, mas como estava tao cansado e o meu cerebro estava parado, nem comprei nada. Se fosse agora, ia ter um problema grande!
Depois disto, rumamos ao aeroporto, metemo-nos no aviao. E advinhem quem estava no aviao? O nosso amigo que fora connosco para Okinawa!
Como diria a minha Grace, resumindo e concluindo, foi uma optima viagem! Correu tudo bem (a nao ser a cena do pao!), o tempo esteve, em geral, bom, a companhia era excelente e os voos foram suaves. Um destino a aconselhar e, claro, a repetir!
2 comentários:
Que inveja. Nós por cá já com o Inverno a bater na porta e este "menino" na praia... Quem dera fosse hoje... Continua Angelo. é fantástica a tua descrição.
manda-me a tua morada. quero enviar a factura para me pagares por ter chegado ao fim do teu texto Okinawiano :)
puffin
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