A embaixada do Japao em Lisboa tinha-me dito que eu nao vinha para o Japao. Lamentavam, mas outra pessoa havia sido escolhida. Fiquei com muita pena, mas la me resignei.Passados uns dias, estava no trabalho, quando o meu telemovel toca. Era, novamente, a embaixada do Japao. E tinha optimas noticias para mim: a pessoa escolhida tinha desistido e era a minha chance. Aceitei-a de imdediato. Afinal um ano no Japao seria uma experiencia sem paralelo na minha vida! Mesmo sem saber muito sobre o Japao, a sua cultura, a sua historia e os seus mitos fascinam-me e queria descobri-los in loco. E ca estou eu! No Japao (quase) profundo.
Quem nao ficou nada contente foi a minha chefe. Jamais me esquecerei da gritaria e da excitacao com que lhe comuniquei que, afinal, vinha para o Japao. Ela, com aquela carinha branquinha que ela tem, so me disse: "Claro que fico contente. Mas sabe o que e que isso significa, nao sabe?". Sim, sei-o. E hoje sei-o mais do que nunca, porque estou cheio de saudades das pessoas maravilhosas e dos momentos unicos que vivi na Amelia Rey Colaco. Mas - e todos o sabemos - a vida tem que andar para a frente. E, apesar das saudades, estou feliz no Japao!
Depois fiz a aminha festinha la em casa. Foi tao bom receber os meus amigos na minha casa. Finalmente poderam ve-la.
Fiquei, porem, triste com varias coisas: Por ninguem da QNE ter ido (mas amo-vos na mesma! AIIII!); pelo Nuno e o Paulo nao terem ido; Pelo Miguel e o B nao terem ido; Pelo Joao se ter enganado na data e nao ter aparecido; Pelo Ze Kali ter estado misteriosamente ocupado; Pela gordurosa da Maggie se ter cortado; Por o Bruno e a Dora terem desaparecido misteriosamente; E por nao ter tirado uma fotografia com o Jorge e o Ricardo! Mas fiquei muito feliz por toda aquela gente estar comigo antes da minha partida. Nao me levem a mal, mas fiquei felicissimo em conhecer (finalmente) o Ricardo e em rever a minha Claudia Ines, o Gugo, a minha Faneca, a Raquel e o seu gajo! E, claro, fiquei doido com a Sonia a experimentar as minhas tamancas holandesas! Sao momentos optimos e que deram umas fotos lindas!
Bem... Quanto a minha partida propriamente dita... La fui eu para o aeroporto, com mamae, vovo, prima, tia e, depois, papai. E la estava a Diana - a outra portuguesa que veio para este pais de gente louca!
Obviamente que a despedida foi muito emotiva. Estar um ano longe daqueles que mais amamos e que significam tudo para nos pode ser complicado. Nao se se a minha mae chorou muito depois de me deixar de ver, mas espero bem que nao, porque se lhe incham os olhos e isso nao e bom! Seja como for, da proxima vez que houver lagrimas, sera de alegria por nos revermos!
Eu e a Diana subimos de elevador para o primeiro andar do aeroporto de Lisboa. Estavamos muito excitados com tudo - e a Diana preocupada com a enormidade de bagagem que levava - e comentavamos a despedida. Passamos, pouco depois, para a sala de embarque. E esperamos, esperamos e esperamos porque o aviao estava uma hora atrasado. Menos mal, pensamos nos, porque teriamos ainda umas duas horas entre a chegada do aviao de Lisboa e a partida do aviao da ANA com destino a Tokyo-Narita.
La entramos no aviao, depois de apanharmos o autocarro. Acho isto tao terceiro-mundista. Nao ha condicoes! Entramos no aviao e a viagem foi como uma outra qualquer. O pior foi quando chegamos a Heathrow. Foi-nos dito que, devido ao mau tempo, os voos na Europa estavam todos atrasados (dai o atraso da partida de Lisboa) e que o comandante do nosso aviao ia avisar do nosso atraso a tripulaco do aviao da ANA. Foi, obviamente, em vao. Mas ja la vamos!
Quando saimos do aviao da TAP, la estava um rapazito (madeirense, quase podia jurar) da TAP que ia guiar-nos (a mim, a Diana, a um casal de portugueses com destino a Tokyo, a um senhor japones ja bem entradote e a um outro senhor que ia para a Australia, Sydney, creio) pelo aeroporto de Heathrow. Como o aviao esteve ainda uma meia hora na pista a espera de estacionar, o tempo entre os dois avioes era agora NULO, ou quase.
O tal rapaz da TAP disse-nos a todos: "preparem-se que temos que correr!". PORRA! Correr no meio de um aeroporto enorme, cheio de gente e com as malas e o computador da Diana e muito dificil!
Corremos, mas toca de estar a espera na fila de um check-in de seguranca. La apanhamos um autocarro (sim, porque aeroportos decentes tem mais do que um terminal, embora se forem mesmo decentes tem comboios ou monocarris entre os terminais!) para o outro terminal. E era ja hora da partida do nosso aviao. E ele estava na pista. Eu e a Diana ja o tinhamos fisgado! Corremos entre as pessoas. O homenzito com destino a Sydney ja tinha sido deixado pelo caminho, porque ainda tinha tempo. Mas la continuamos eu, a Diana, o tal casal e o velhote japones (que corria bem mais do que eu!) a correr! Chegamos aos balcoes do check-in das transferencias. Guess waht, o nosso estava ja fechado. Tinhamos, de facto, perdido o nosso aviao para o outro lado do mundo!
Depois desta experiencia de todo aconselhavel a cardiacos, fomos para o balcao da TAP. Tinhamos que passar a noite num hotel, porque ja so poderiamos apanhar o voo da ANA no dia seguinte (ja dia 31 de Julho). Que nervos! Iamos chegar ja no segundo dia da orientacao de Tokyo. Mas como eu dizia a Daiana, a culpa nao era nossa, por isso nao valia a pena stressar!
No balcao da TAP, foram muito simpaticos e mais nao sei que. O madeirense ja se tinha ido embora (OBRIGADO!) e estavamos entregues a um brasileiro (calma, Sonia!). Ele deu-nos uns bilhetes para apanharmos o shuttle bus para o Sheraton, para o qual tinhamos vouchers para uma noite.
Metemo-nos na carreira com destino ao Sheraton, perto de Heathrow. Chegamos ao Sheraton-Heathrow e, qual o nosso espanto, quando nos disseram que nao havia qualquer reserva ali para nos! Estava ja tudo a correr mal e eu ja me estava a passar com a TAP! Pedi para falar com o gerente, porque nos nao tinhamos culpa que a nossa reserva fosse, afinal, para o Sheraton-Skyline e nao no Sheraton-Heathrow e o menino da TAP nao nos tivesse dito ou ESCRITO no voucher NADA!
O gerente, provavelmente paquistanes ou indiano (calma, Sonia!), muito simpaticamente nos disse que nao poderia pagar o nosso transbordo para o outro hotel (era preciso ir de taxi e eu nao tinha Euros suficientes!) e que teriamos que ser nos a faze-lo e a pedir o reembolso a TAP (Yeah, right!).
La apareceu o taxi (tao confortavel que nem parecia um taxi. Eu e a Diana tinhamos ate medo de sermos raptados!) e la fomos para o Skyline. Fizemos o check-in, fomos aos quartos (depois de andarmos imenso. Os corredores nunca mais acabavam!) e, de repente, estavamos no ceu: as camas eram king size e super confortaveis! E as casas de banho todas pipis! Estava tudo perdoado. Ou nao...
Decidimos descansar um pouco e ir jantar. O nosso voucher incluia as refeicoes ate ao dia seguinte. Mas la estava tudo a correr mal outra vez: o voucher tinha um limite baixissimo, que nos dava direito, talvez, a uma codea e a um copo de agua! E o restaurante tinha um aspecto tao bom!
O que nos valeu foi o chefe la do sitio! Era portugues. Um senhor de meia idade, bem posto e muito simpatico, ha ja trinta e tal anos no Reino Unido. Falamos um pouco, trocamos impressoes e ele decidiu patrocinar o nosso jantar, para bem melhor! Bem... Aquilo era mesmo bom: a sopa de champignons (calma, Pipo!) era DELICIOSA e a carne que se lhe seguiu nao lhe ficava atras! La estava tudo a correr bem outra vez!
No dia seguinte, depois de dormirmos que nem uns bebes naquelas camas divinais, tomamos o pequeno almoco, demos um passeio pelas redondezas (coisa deprimente, as imediacoes de um aeroporto!), a Diana bebeu um cafe no McDonalds e voltamos ao hotel. A piscina estava convidativa, mas nao tinhamos fato de banho (estava na bagagem em transito por isso noa nos podemos banhar.
Almocamos e la fomos para o aeroporto. "Obriguei" a Diana a ir comigo buscar as minhas literaturas habituais e fomos encontrar o senhor do programa JET que nos esperava para nos auxiliar com o check-in. Era um senhor japones, de meia idade, alto, que conheceramos no dia anterior. Muito simpatico mas com um ingles quase imperceptivel.
No seu lugar, encontramos a sua mulher que prontamenteo chamou e la fomos todos felizes e contentes fazer o check in e entramos para as partidas. Andamos a ver as lojas de discos, de livros e tudo mais. Esperamos ainda bastante (apesar do check in de seguranca ter ainda levado algum tempo. Obrigado Mr. Bush!) e la entramos para o aviaozao da ANA, descansadinhos da vida.
A viagem correu bem. A comida japonesa nao era nada ma (a excepcao dos noodles frios. Ah, as algas que nos dao sao para junatr aos noodles, ok?) e o pessoal era simpatico. Como nao consegui dormir durante as onze horas e tal de voo, vi alguns filmes, nomeadamente "Missw Congeniality" (e assim o titulo?) e "Meet the Fowkers". Execelente este ultimo!
Depois de voarmos e sobrevoarmos a Siberia (coisa que tinha feito rumo a Hong Kong duas semanas antes, Jamais me esquecerei do Mar de Aral na penumbra!) la chegamosao aeroporto internacional de Narita em Tokyo. Saimos do aviao e fomos para um autocarro. Que pobreza! Pensei que na terra da tecnologia me teletransportassem! Mal sabia como estava enganado! Passamos o controlo fronteirico, apanhamos a nossa bagagem (que chegara TODA!) e passamos por um controlo alfandegario. Nao sei porque, os policias estavam muito espantados porque eu vinha dar aulas aqui! A duvidar de mim!? Ai, ai!
Quando saimos, tinhamos duas pessoas a nossa espera com placas do JET (e t-shirts!). A proposito, JET significa Japanese Exchange and Tecahing Programme. Dali, tinhamos que apanhar um autocarro com destino ao hotal em Shinjuku, Tokyo.
Mas tinhamos que esperar pela Berit, uma rapariga alema de Dresden, creio, que perdera o aviao em Berlin.
Esperamos por ela, ela la chegou e saimos do aeroporto. Foi a minha primeira ma experinecia neste pais: o calor humido tipico do verao japones (e nao so. Em macau foi bem pior!). E que, assim que saimos do aeroporto, havia um bafo muito quente e humido que dava cabao de qualquer um. Conselho: NUNCA VENHAM AO JAPAO NO VERAO!
Quando estavamos a espera do tal autocarro, apercebi-me que a minha mala vermelha, carissima, da loja dos chineses (!) tinha perdido uma roda! Resultado: as senhoras do JET fizeram-me ir ao balcao da ANA reclamar (eu que sou tao reclamadeiro, estava tao cansado que ja nem queria saber!). Ainda hojem passadas quatro semanas, estou a espera que me devolvam a mala! Ou uma nova!
O autocarro era um verdadeiro oasis ambulante. Fresquinho e confortavel. O meu cansaco era ja tanto que tentei dormir. E devo ter dormio uns 10 minutos.
Passadas quase duas horas (MY GOD!), la chegamos ao Keyo Plaza Hotel, depois de passarmos por autoestradas encavalitadas umas nas outras, por entre prediod de Tokyo, com um transito intenso, mas, claro, organizado1
O hotel tinha muito bom aspecto e era, de facto, muito bom. Estavamos numa zona - entre as muitas de Tokyo - movimentada e com predios bem altos. Era a minha primeira visao do Japao real!
Estavamos a chegar com vinte e quatro horas de atraso e eu estava exausto porque nao dormira nada no aviao.
Cada um foi para o seu quarto e, a partir daqui, a historia e quase sempre contada na primeira pessoa. A viagem conjunta do Angelo e da Diana chegara ao fim!
Fui para o quarto, tomei um bom duche, vi as vistas da janela - estava no trigesimo oitavo andar - mas nem tive tempo para descansar! Nessa noite, os participantes do programa (ao todo mais de seis mil!)iam sair com o grupo que ia para a sua prefeitura. Foi dificil encontrar o meu grupo e a Diana nem tao pouco achou o dela. Mas la conheci, pela primeira vez, aqueles que viriam comigo para Oita. A Chewy, a Fiona, o Chris, o Stephen, a Mary...
Fomos, com a Katy, a nossa "relacoes publicas" de Oita, uma rapariga asiatica, mas de Inglaterra, com muito bom aspecto e grande simpatia, a um karaoke, onde cantamos e bebemos. Eu ate cheguei a cantar - pasmem-se - "Maria" dos Blondie! Muito mal, claro. Mas, afinal, estava num karaoke no Japao. Ninguem quer saber!
Depois disso, voltei para o quarto para ir dormir. Estva muito cansadoi. Fui para a cama mas dormi muito mal. O jet lag e os meus companheiros de quarto (dois americanos) nao me deixaram!
No outro dia, estava, claro, KO! Mas la me levantei as sete da matina para comecar o dia. Tomei o pequeno almoco, durante o qual pude conhecer mais pessoal. Ate conheci dois americanos que falam portugues do Brasil.O Jeff, que esta em Yamagata e o Jason que esta algures, nao na Arabia Saudita, mas em Hokkaido!
Depois das diferentes sessoes subordinadas a diferentes temas e do almoco, fui para uma conferencia dada pelo meu supervisor aqui em Oita e pelo John, um irlandes a leccionar tambem aqui em Oita. Interessante. E la conheci mais algum pessoal, incluindo a Danny. E ai tive a oportunidade de, pela primeira vez, ver um video da minha casinha em Oita. Toda nua, 'tadinha!
Nessa noite, um elemento da organizacao (a Naomi Nagao, aquela a quem, quando disse que em Portugal nos cumprimentariamos com dois beijinhos, levou as maos a cara e riu dizendo que isso no Japao seria impossivel. Provavelmente chamariam a policia!) levou-nos ate a embaixada portuguesa em Tokyo. Era a noite da recepcao das embaixadas (os americanos nao tem nada disto, tal e o seu numero... ou porque o idiota que la manda gasta o dinheiro todo em guerras!). O taxi la percorreu as ruas de Tokyo e la chegamos a um edificio bem discreto, mas com bom aspecto. Subimos ate ao andar-que-ja-nao-me-lembro e ninguem nos abria a porta. Afinal, era no andar abaixo. E la estava a Paula, da seccao cultural da embaixada, com o seu marido e um casal amigo. Fomos ate um restaurante, cujo formato foi importado da Coreia, onde casa um grelha a sue propria carne. Foi uma optima escolha! Aquela carne, com aquele molho todo xpto, envolvida na folha de alface e uma maravilha! Quero mais!
Mas la se acabou o que era bom. Estava de regresso ao hotel, naquela que seria a ultima noite em Tokyo. E no outro dia la tinha que me levantar bem cedo para ir para o aeroporto de Haneda para apanhar o aviao para Oita (sim, Oita tem um aeroporto, com voos internacionais e tudo!).
Uma vez la no aeroporto - com muito bom aspecto tambem - fomos comer qualquer coisa, porque nao e servida comida a bordo. O aviao da ANA era um A321 e estava quase vazio, Mas a viagem correu bem e vi muita coisa do Japao bem la do alto.
Quando chegamos a Oita, tinhamos diferentes comitivas a nossa espera, consoante o nosso destino. A minha comitiva - a dos que trabalham no Kenjo (sera assim que se escreve?), governo da prefeirtura, era constituida pelo John e pelo Sam (e a alcunha de Osame Sato, o nome do meu supervisor japones). Fora do aeroporto (construido mesmo ao lado do mar e uma coisa desse tamanhinho) estava, claro, um forno, mas nos estavamos muito confortaveis dentro do carro. A Danny ia ao meu lado e ao lado dela ia a Chewy! A minha frente ia o John e do outro lado, voila, o condutor (o Sam regressou no carro dele).
Quando chegamos a Oita fomos ate ao hotel onde iamos passar a primeira noite. Um hotel pertinho dos correios, mesmo no centro da cidade. Nao era um hotel capsula, mas o quarto era bem pequenino. E impressionante como e que os japoneses conseguem enfiar um elefante numa caixa de fosforos!
No dia seguinte la fomos para a nossa casinha. Como a minha tinha muito pouca coisa e a da Danny estava vazia (a Chewy tinha ido para casa dela no outro lado da cidade), fomos as compras. A primeira coisa que comprei foi um futon (a minha singela cama que nao passa de um colchao no chao). Depois veio o resto. Nem frigorifico tinha! Alias, por estes dias, o meu melhor amigo, ate para os pequenos almocos, era o Joyfull. Uma cadeia de restaurantes abertos vinte e quatro horas por dia, com comida boa e barata e musica de elevador (algo muito comum por estes lados).
E assim foram os momentos que antecederam a minha chegada ao Japao. No caminho do aeroporto para Oita, estava espantado com o verde em todo o lado e com a velocidade (50 km/h) a que se circula nestas estradas. E o caminho parecia nunca mais terminar! Cheguei a cidade de Oita no dia 3 de Agosto, depois do almoco.
Quem nao ficou nada contente foi a minha chefe. Jamais me esquecerei da gritaria e da excitacao com que lhe comuniquei que, afinal, vinha para o Japao. Ela, com aquela carinha branquinha que ela tem, so me disse: "Claro que fico contente. Mas sabe o que e que isso significa, nao sabe?". Sim, sei-o. E hoje sei-o mais do que nunca, porque estou cheio de saudades das pessoas maravilhosas e dos momentos unicos que vivi na Amelia Rey Colaco. Mas - e todos o sabemos - a vida tem que andar para a frente. E, apesar das saudades, estou feliz no Japao!
Depois fiz a aminha festinha la em casa. Foi tao bom receber os meus amigos na minha casa. Finalmente poderam ve-la.
Fiquei, porem, triste com varias coisas: Por ninguem da QNE ter ido (mas amo-vos na mesma! AIIII!); pelo Nuno e o Paulo nao terem ido; Pelo Miguel e o B nao terem ido; Pelo Joao se ter enganado na data e nao ter aparecido; Pelo Ze Kali ter estado misteriosamente ocupado; Pela gordurosa da Maggie se ter cortado; Por o Bruno e a Dora terem desaparecido misteriosamente; E por nao ter tirado uma fotografia com o Jorge e o Ricardo! Mas fiquei muito feliz por toda aquela gente estar comigo antes da minha partida. Nao me levem a mal, mas fiquei felicissimo em conhecer (finalmente) o Ricardo e em rever a minha Claudia Ines, o Gugo, a minha Faneca, a Raquel e o seu gajo! E, claro, fiquei doido com a Sonia a experimentar as minhas tamancas holandesas! Sao momentos optimos e que deram umas fotos lindas!
Bem... Quanto a minha partida propriamente dita... La fui eu para o aeroporto, com mamae, vovo, prima, tia e, depois, papai. E la estava a Diana - a outra portuguesa que veio para este pais de gente louca!
Obviamente que a despedida foi muito emotiva. Estar um ano longe daqueles que mais amamos e que significam tudo para nos pode ser complicado. Nao se se a minha mae chorou muito depois de me deixar de ver, mas espero bem que nao, porque se lhe incham os olhos e isso nao e bom! Seja como for, da proxima vez que houver lagrimas, sera de alegria por nos revermos!
Eu e a Diana subimos de elevador para o primeiro andar do aeroporto de Lisboa. Estavamos muito excitados com tudo - e a Diana preocupada com a enormidade de bagagem que levava - e comentavamos a despedida. Passamos, pouco depois, para a sala de embarque. E esperamos, esperamos e esperamos porque o aviao estava uma hora atrasado. Menos mal, pensamos nos, porque teriamos ainda umas duas horas entre a chegada do aviao de Lisboa e a partida do aviao da ANA com destino a Tokyo-Narita.
La entramos no aviao, depois de apanharmos o autocarro. Acho isto tao terceiro-mundista. Nao ha condicoes! Entramos no aviao e a viagem foi como uma outra qualquer. O pior foi quando chegamos a Heathrow. Foi-nos dito que, devido ao mau tempo, os voos na Europa estavam todos atrasados (dai o atraso da partida de Lisboa) e que o comandante do nosso aviao ia avisar do nosso atraso a tripulaco do aviao da ANA. Foi, obviamente, em vao. Mas ja la vamos!
Quando saimos do aviao da TAP, la estava um rapazito (madeirense, quase podia jurar) da TAP que ia guiar-nos (a mim, a Diana, a um casal de portugueses com destino a Tokyo, a um senhor japones ja bem entradote e a um outro senhor que ia para a Australia, Sydney, creio) pelo aeroporto de Heathrow. Como o aviao esteve ainda uma meia hora na pista a espera de estacionar, o tempo entre os dois avioes era agora NULO, ou quase.
O tal rapaz da TAP disse-nos a todos: "preparem-se que temos que correr!". PORRA! Correr no meio de um aeroporto enorme, cheio de gente e com as malas e o computador da Diana e muito dificil!
Corremos, mas toca de estar a espera na fila de um check-in de seguranca. La apanhamos um autocarro (sim, porque aeroportos decentes tem mais do que um terminal, embora se forem mesmo decentes tem comboios ou monocarris entre os terminais!) para o outro terminal. E era ja hora da partida do nosso aviao. E ele estava na pista. Eu e a Diana ja o tinhamos fisgado! Corremos entre as pessoas. O homenzito com destino a Sydney ja tinha sido deixado pelo caminho, porque ainda tinha tempo. Mas la continuamos eu, a Diana, o tal casal e o velhote japones (que corria bem mais do que eu!) a correr! Chegamos aos balcoes do check-in das transferencias. Guess waht, o nosso estava ja fechado. Tinhamos, de facto, perdido o nosso aviao para o outro lado do mundo!
Depois desta experiencia de todo aconselhavel a cardiacos, fomos para o balcao da TAP. Tinhamos que passar a noite num hotel, porque ja so poderiamos apanhar o voo da ANA no dia seguinte (ja dia 31 de Julho). Que nervos! Iamos chegar ja no segundo dia da orientacao de Tokyo. Mas como eu dizia a Daiana, a culpa nao era nossa, por isso nao valia a pena stressar!
No balcao da TAP, foram muito simpaticos e mais nao sei que. O madeirense ja se tinha ido embora (OBRIGADO!) e estavamos entregues a um brasileiro (calma, Sonia!). Ele deu-nos uns bilhetes para apanharmos o shuttle bus para o Sheraton, para o qual tinhamos vouchers para uma noite.
Metemo-nos na carreira com destino ao Sheraton, perto de Heathrow. Chegamos ao Sheraton-Heathrow e, qual o nosso espanto, quando nos disseram que nao havia qualquer reserva ali para nos! Estava ja tudo a correr mal e eu ja me estava a passar com a TAP! Pedi para falar com o gerente, porque nos nao tinhamos culpa que a nossa reserva fosse, afinal, para o Sheraton-Skyline e nao no Sheraton-Heathrow e o menino da TAP nao nos tivesse dito ou ESCRITO no voucher NADA!
O gerente, provavelmente paquistanes ou indiano (calma, Sonia!), muito simpaticamente nos disse que nao poderia pagar o nosso transbordo para o outro hotel (era preciso ir de taxi e eu nao tinha Euros suficientes!) e que teriamos que ser nos a faze-lo e a pedir o reembolso a TAP (Yeah, right!).
La apareceu o taxi (tao confortavel que nem parecia um taxi. Eu e a Diana tinhamos ate medo de sermos raptados!) e la fomos para o Skyline. Fizemos o check-in, fomos aos quartos (depois de andarmos imenso. Os corredores nunca mais acabavam!) e, de repente, estavamos no ceu: as camas eram king size e super confortaveis! E as casas de banho todas pipis! Estava tudo perdoado. Ou nao...
Decidimos descansar um pouco e ir jantar. O nosso voucher incluia as refeicoes ate ao dia seguinte. Mas la estava tudo a correr mal outra vez: o voucher tinha um limite baixissimo, que nos dava direito, talvez, a uma codea e a um copo de agua! E o restaurante tinha um aspecto tao bom!
O que nos valeu foi o chefe la do sitio! Era portugues. Um senhor de meia idade, bem posto e muito simpatico, ha ja trinta e tal anos no Reino Unido. Falamos um pouco, trocamos impressoes e ele decidiu patrocinar o nosso jantar, para bem melhor! Bem... Aquilo era mesmo bom: a sopa de champignons (calma, Pipo!) era DELICIOSA e a carne que se lhe seguiu nao lhe ficava atras! La estava tudo a correr bem outra vez!
No dia seguinte, depois de dormirmos que nem uns bebes naquelas camas divinais, tomamos o pequeno almoco, demos um passeio pelas redondezas (coisa deprimente, as imediacoes de um aeroporto!), a Diana bebeu um cafe no McDonalds e voltamos ao hotel. A piscina estava convidativa, mas nao tinhamos fato de banho (estava na bagagem em transito por isso noa nos podemos banhar.
Almocamos e la fomos para o aeroporto. "Obriguei" a Diana a ir comigo buscar as minhas literaturas habituais e fomos encontrar o senhor do programa JET que nos esperava para nos auxiliar com o check-in. Era um senhor japones, de meia idade, alto, que conheceramos no dia anterior. Muito simpatico mas com um ingles quase imperceptivel.
No seu lugar, encontramos a sua mulher que prontamenteo chamou e la fomos todos felizes e contentes fazer o check in e entramos para as partidas. Andamos a ver as lojas de discos, de livros e tudo mais. Esperamos ainda bastante (apesar do check in de seguranca ter ainda levado algum tempo. Obrigado Mr. Bush!) e la entramos para o aviaozao da ANA, descansadinhos da vida.
A viagem correu bem. A comida japonesa nao era nada ma (a excepcao dos noodles frios. Ah, as algas que nos dao sao para junatr aos noodles, ok?) e o pessoal era simpatico. Como nao consegui dormir durante as onze horas e tal de voo, vi alguns filmes, nomeadamente "Missw Congeniality" (e assim o titulo?) e "Meet the Fowkers". Execelente este ultimo!
Depois de voarmos e sobrevoarmos a Siberia (coisa que tinha feito rumo a Hong Kong duas semanas antes, Jamais me esquecerei do Mar de Aral na penumbra!) la chegamosao aeroporto internacional de Narita em Tokyo. Saimos do aviao e fomos para um autocarro. Que pobreza! Pensei que na terra da tecnologia me teletransportassem! Mal sabia como estava enganado! Passamos o controlo fronteirico, apanhamos a nossa bagagem (que chegara TODA!) e passamos por um controlo alfandegario. Nao sei porque, os policias estavam muito espantados porque eu vinha dar aulas aqui! A duvidar de mim!? Ai, ai!
Quando saimos, tinhamos duas pessoas a nossa espera com placas do JET (e t-shirts!). A proposito, JET significa Japanese Exchange and Tecahing Programme. Dali, tinhamos que apanhar um autocarro com destino ao hotal em Shinjuku, Tokyo.
Mas tinhamos que esperar pela Berit, uma rapariga alema de Dresden, creio, que perdera o aviao em Berlin.
Esperamos por ela, ela la chegou e saimos do aeroporto. Foi a minha primeira ma experinecia neste pais: o calor humido tipico do verao japones (e nao so. Em macau foi bem pior!). E que, assim que saimos do aeroporto, havia um bafo muito quente e humido que dava cabao de qualquer um. Conselho: NUNCA VENHAM AO JAPAO NO VERAO!
Quando estavamos a espera do tal autocarro, apercebi-me que a minha mala vermelha, carissima, da loja dos chineses (!) tinha perdido uma roda! Resultado: as senhoras do JET fizeram-me ir ao balcao da ANA reclamar (eu que sou tao reclamadeiro, estava tao cansado que ja nem queria saber!). Ainda hojem passadas quatro semanas, estou a espera que me devolvam a mala! Ou uma nova!
O autocarro era um verdadeiro oasis ambulante. Fresquinho e confortavel. O meu cansaco era ja tanto que tentei dormir. E devo ter dormio uns 10 minutos.
Passadas quase duas horas (MY GOD!), la chegamos ao Keyo Plaza Hotel, depois de passarmos por autoestradas encavalitadas umas nas outras, por entre prediod de Tokyo, com um transito intenso, mas, claro, organizado1
O hotel tinha muito bom aspecto e era, de facto, muito bom. Estavamos numa zona - entre as muitas de Tokyo - movimentada e com predios bem altos. Era a minha primeira visao do Japao real!
Estavamos a chegar com vinte e quatro horas de atraso e eu estava exausto porque nao dormira nada no aviao.
Cada um foi para o seu quarto e, a partir daqui, a historia e quase sempre contada na primeira pessoa. A viagem conjunta do Angelo e da Diana chegara ao fim!
Fui para o quarto, tomei um bom duche, vi as vistas da janela - estava no trigesimo oitavo andar - mas nem tive tempo para descansar! Nessa noite, os participantes do programa (ao todo mais de seis mil!)iam sair com o grupo que ia para a sua prefeitura. Foi dificil encontrar o meu grupo e a Diana nem tao pouco achou o dela. Mas la conheci, pela primeira vez, aqueles que viriam comigo para Oita. A Chewy, a Fiona, o Chris, o Stephen, a Mary...
Fomos, com a Katy, a nossa "relacoes publicas" de Oita, uma rapariga asiatica, mas de Inglaterra, com muito bom aspecto e grande simpatia, a um karaoke, onde cantamos e bebemos. Eu ate cheguei a cantar - pasmem-se - "Maria" dos Blondie! Muito mal, claro. Mas, afinal, estava num karaoke no Japao. Ninguem quer saber!
Depois disso, voltei para o quarto para ir dormir. Estva muito cansadoi. Fui para a cama mas dormi muito mal. O jet lag e os meus companheiros de quarto (dois americanos) nao me deixaram!
No outro dia, estava, claro, KO! Mas la me levantei as sete da matina para comecar o dia. Tomei o pequeno almoco, durante o qual pude conhecer mais pessoal. Ate conheci dois americanos que falam portugues do Brasil.O Jeff, que esta em Yamagata e o Jason que esta algures, nao na Arabia Saudita, mas em Hokkaido!
Depois das diferentes sessoes subordinadas a diferentes temas e do almoco, fui para uma conferencia dada pelo meu supervisor aqui em Oita e pelo John, um irlandes a leccionar tambem aqui em Oita. Interessante. E la conheci mais algum pessoal, incluindo a Danny. E ai tive a oportunidade de, pela primeira vez, ver um video da minha casinha em Oita. Toda nua, 'tadinha!
Nessa noite, um elemento da organizacao (a Naomi Nagao, aquela a quem, quando disse que em Portugal nos cumprimentariamos com dois beijinhos, levou as maos a cara e riu dizendo que isso no Japao seria impossivel. Provavelmente chamariam a policia!) levou-nos ate a embaixada portuguesa em Tokyo. Era a noite da recepcao das embaixadas (os americanos nao tem nada disto, tal e o seu numero... ou porque o idiota que la manda gasta o dinheiro todo em guerras!). O taxi la percorreu as ruas de Tokyo e la chegamos a um edificio bem discreto, mas com bom aspecto. Subimos ate ao andar-que-ja-nao-me-lembro e ninguem nos abria a porta. Afinal, era no andar abaixo. E la estava a Paula, da seccao cultural da embaixada, com o seu marido e um casal amigo. Fomos ate um restaurante, cujo formato foi importado da Coreia, onde casa um grelha a sue propria carne. Foi uma optima escolha! Aquela carne, com aquele molho todo xpto, envolvida na folha de alface e uma maravilha! Quero mais!
Mas la se acabou o que era bom. Estava de regresso ao hotel, naquela que seria a ultima noite em Tokyo. E no outro dia la tinha que me levantar bem cedo para ir para o aeroporto de Haneda para apanhar o aviao para Oita (sim, Oita tem um aeroporto, com voos internacionais e tudo!).
Uma vez la no aeroporto - com muito bom aspecto tambem - fomos comer qualquer coisa, porque nao e servida comida a bordo. O aviao da ANA era um A321 e estava quase vazio, Mas a viagem correu bem e vi muita coisa do Japao bem la do alto.
Quando chegamos a Oita, tinhamos diferentes comitivas a nossa espera, consoante o nosso destino. A minha comitiva - a dos que trabalham no Kenjo (sera assim que se escreve?), governo da prefeirtura, era constituida pelo John e pelo Sam (e a alcunha de Osame Sato, o nome do meu supervisor japones). Fora do aeroporto (construido mesmo ao lado do mar e uma coisa desse tamanhinho) estava, claro, um forno, mas nos estavamos muito confortaveis dentro do carro. A Danny ia ao meu lado e ao lado dela ia a Chewy! A minha frente ia o John e do outro lado, voila, o condutor (o Sam regressou no carro dele).
Quando chegamos a Oita fomos ate ao hotel onde iamos passar a primeira noite. Um hotel pertinho dos correios, mesmo no centro da cidade. Nao era um hotel capsula, mas o quarto era bem pequenino. E impressionante como e que os japoneses conseguem enfiar um elefante numa caixa de fosforos!
No dia seguinte la fomos para a nossa casinha. Como a minha tinha muito pouca coisa e a da Danny estava vazia (a Chewy tinha ido para casa dela no outro lado da cidade), fomos as compras. A primeira coisa que comprei foi um futon (a minha singela cama que nao passa de um colchao no chao). Depois veio o resto. Nem frigorifico tinha! Alias, por estes dias, o meu melhor amigo, ate para os pequenos almocos, era o Joyfull. Uma cadeia de restaurantes abertos vinte e quatro horas por dia, com comida boa e barata e musica de elevador (algo muito comum por estes lados).
E assim foram os momentos que antecederam a minha chegada ao Japao. No caminho do aeroporto para Oita, estava espantado com o verde em todo o lado e com a velocidade (50 km/h) a que se circula nestas estradas. E o caminho parecia nunca mais terminar! Cheguei a cidade de Oita no dia 3 de Agosto, depois do almoco.
2 comentários:
Como eu te compreendo... lol.
Continua a relatar sempre que puderes...
Patricia
Finalmente li tudinho... Não sabes como fico contente por estares a viver todas estas experiências maravilhosas :)
Beijinhos, Susana
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