Esta coisa da internet de facto torna as coisas, o mundo muito mais pequenos... O Facebook e também aqui este berloque têm-me permitido restabelecer contactos perdidos há muito tempo. Sim, as pessoas vão e vêm e, como diria o Henrique Mendes, a vida é feita de encontros e desencontros. Mas quando gostamos da companhia das pessoas, dez ou vinte anos transformam-se em nada. Quando as pessoas tiveram um papel determinante nas nossas vidas, dez ou vinte anos transformam-se também em nada. Daí que um grupo dos miúdos "lá da rua" se tenha reunido na passada sexta.
Há pessoas que não via há quase vinte anos. Outras que reencontrei há pouco tempo, como a Inês.
Claro que, mesmo tendo nós convivido em tempos que já lá vão, há pessoas que me são mais próximas do que outras. E sempre o foram. Mas isso também se deve ao facto de, por alturas do liceu, eu já não andar tanto por ali e este grupo que ficou é o grupo desse tempo. Mas a nossa história comum começara muito, muito antes.
O meeting point foi na rua de cima. Pelo menos para nós, que morávamos na do meio.
Foi estranho ir para ali. Porque não consigo entrar naquela rua, a do meio, sei me lembrar da minha Miquelina. Do Norberto. Que curiosamente, teria feito no dia seguinte oitenta e dois anos... Não consigo deixar de olhar para a janela fechada, a casa vazia e pensar que ainda poderia estar ocupada pelos meus avós.
E a coisa tomou ainda proporções mais gravosas porque estar com esta gente toda me remeteu para tempos sem preocupações. Para as escadinhas da escola - que já nem existe! - onde estávamos, para os jogos intermináveis à sirumba naquelas intermináveis noites de verão, para os nossos jogos loucos das escondidas, para os jornais que fazíamos em miúdos, para as brincadeiras em casa dos meus avós.
Quase que pude cheirar as noites quentes de outrora passadas na rua a brincar. Como já não acontece hoje em dia. Que, como disse a Sónia, nós tivemos uma infância feliz. E isso é bem verdade. Um grupo enorme de amigos, brincadeiras e partidas sem fim.
Há pessoas que não via há quase vinte anos. Outras que reencontrei há pouco tempo, como a Inês.
Claro que, mesmo tendo nós convivido em tempos que já lá vão, há pessoas que me são mais próximas do que outras. E sempre o foram. Mas isso também se deve ao facto de, por alturas do liceu, eu já não andar tanto por ali e este grupo que ficou é o grupo desse tempo. Mas a nossa história comum começara muito, muito antes.
O meeting point foi na rua de cima. Pelo menos para nós, que morávamos na do meio.
Foi estranho ir para ali. Porque não consigo entrar naquela rua, a do meio, sei me lembrar da minha Miquelina. Do Norberto. Que curiosamente, teria feito no dia seguinte oitenta e dois anos... Não consigo deixar de olhar para a janela fechada, a casa vazia e pensar que ainda poderia estar ocupada pelos meus avós.
E a coisa tomou ainda proporções mais gravosas porque estar com esta gente toda me remeteu para tempos sem preocupações. Para as escadinhas da escola - que já nem existe! - onde estávamos, para os jogos intermináveis à sirumba naquelas intermináveis noites de verão, para os nossos jogos loucos das escondidas, para os jornais que fazíamos em miúdos, para as brincadeiras em casa dos meus avós.
Quase que pude cheirar as noites quentes de outrora passadas na rua a brincar. Como já não acontece hoje em dia. Que, como disse a Sónia, nós tivemos uma infância feliz. E isso é bem verdade. Um grupo enorme de amigos, brincadeiras e partidas sem fim.
O jantar foi num restaurante lá do bairro. Houve abraços, beijos, muitas histórias partilhadas, muita risada, confissões de outrora.
A Ana, a mulher que organizou isto tudo. E que, quer-me cá parecer, há-de organizar da próxima vez também!
A Inês ainda antes do pessoal começar a comer... O que lhe valeu é que estava a três minutos da casa dos pais... Onde deixamos sempre coisas e regressamos sempre que precisamos!
Foi uma noite fantástica em que tive que puxar das minhas memórias para encaixar nomes em caras de há vinte anos atrás e compará-las a caras cheias de barba ou maquiagem.
Só lamento que muitas outras pessoas que fazem parte deste nosso grupo de outrora não pudessem estar presentes. Mas não nos hão-de faltar oportunidades...
O nosso ponto de despedida foi também a rua. Uma rua agora toda alcatroada e até com pista de corrida e montes de lugares de estacionamento. Não como outrora, com terra batida e carros ordeiramente estacionados nos lados da praceta para que o centro ficasse livre para os nossos jogos serões afora.
Não sou saudosista, que sinto que o que lá vai, lá vai. Mas eu não me esqueço das pessoas. Dos momentos. E é sempre bom revivê-los. Mesmo quando damos com coisas destas:
Só lamento que muitas outras pessoas que fazem parte deste nosso grupo de outrora não pudessem estar presentes. Mas não nos hão-de faltar oportunidades...
O nosso ponto de despedida foi também a rua. Uma rua agora toda alcatroada e até com pista de corrida e montes de lugares de estacionamento. Não como outrora, com terra batida e carros ordeiramente estacionados nos lados da praceta para que o centro ficasse livre para os nossos jogos serões afora.
Não sou saudosista, que sinto que o que lá vai, lá vai. Mas eu não me esqueço das pessoas. Dos momentos. E é sempre bom revivê-los. Mesmo quando damos com coisas destas:
7 comentários:
Acho sempre tão giro quando leio que a época da adolescência e infância do bairro onde vivemos nos traz, indelevelmente, saudades. Isso nunca me aconteceu pois nunca me revi naqueles que moravam perto de mim. Gostei, por isso, de te ler e ver estas fotos impregnadas de uma saudável nostalgia!
Beijos mil.
(a foto do final está de partir o cuco a rir)
Angel, mein freund... nao sei nada de ti... mas ja voltei dos States, E agora venho aqui e ate o layout mudaste ) very well indeed.
Claro que tudo se torna a tal aldeia global, mas so uma correcçao relativamente ao que escreveste de "Não sou saudosista, que sinto que o que lá vai, lá vai". Nao se trata de saudosismo, mas de manter vivas pessoas e lugares que não têm de desaparecer e muito menos que la vai. Nao vai nada ;) Depende da intensidade e entrega da coisa ;)
Amei as fotos.
Hguz. Assim...
Bem mas que dia cheio de emoções deve ter sido esse. Eu como desde cedo vivi numa era de telemóveis, não perdi tão facilmente o contacto com os colegas e de vez em quando ainda há uns jantares. Claro que há sempre aqueles que se perderam pelo caminho, mas nos tempos que correm só não está em contacto quem não quer.
De vossa parte agora têm uma boa oportunidade de continuarem a encontrar-se!! Abraços.
Sei do que falas por experiência própria; alguém se lembrou de criar uma espécie de associação de antigos alunos que frequentaram o liceu onde estudei na minha juventude. E tem sido fantástico a troca de fotos, alguns almoços, Uma lista que cresce dia a dia com contactos telefónicos e endereços dos mails - enfim um mundo a redescobrir e nalguns casos com hiatos de DEZENAS de anos...
Uma excelente iniciativa. Há algum tempo que ando a magicar uma coisa assim para com os meus amigos de infância...
Acho engraçadissimo estes encontros. foi com um grande prazer que li o post e que me emocionei e recordei tempos e pessoas lá longe...
Um grande abraço
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