quarta-feira, dezembro 17, 2008

De Tokyo a Lisboa

Neste dia levantei-me às 7 da matina. Nem tinha dormido muito bem, à conta de nos termos deitado já um pouco tarde e de tanto sonho que tive. Mas levantei-me e lá fui eu para o mercado de Tsukiji, o famoso mercado abastecedor de Tokyo.
Pelo que sei, é às 5.30 da manhã que a coisa está boa, com o leilão de venda do atum... Mas a essa hora é que nem pensar que me ia levantar, aprumar e meter-me num mercado! Por isso cheguei lá às 8 da manhã, o que já não foi mau de todo!

A coisa é tão grande que eu nem dei com a entrada. Tive que perguntar a um casal. Saí-me com um where's the fish?! ao que eles responderam com uma boa risada e depois lá me explicaram. E lá fui eu.

Não é um sítio normal. Não há lota em Portugal - não que tenha estado em muitas - que se assemelhe. Encontra-se de tudo, a coisa é gigantesca e fechará no dia em que a ASAE chegar ao Japão, isso vos garanto. Mas é, pelos vistos, neste mesmo sítio que se come o melhor sushi do mundo.



Mesmo tendo já chegado tarde, há milhares de pessoas numa permanente labuta e num verdadeiro rodopio.
As gentes do mercado não gostam dos turistas. É que há gente, certamente umas bestas totós, que gosta muito de tocar no peixe. Coisa que, como se sabe, não se faz! Por isso, tentei passar despercebido no meu casaquito preto com a minha máquina em riste.
Aliás, por causa do comportamento irresponsável de muita gente, nem será permita a entrada a turistas no tal leilão de atum durante um mês.

Vi tanta coisa que nem sabia o que era... Até um berbigão gigantesco, como nunca tinha visto!
O meu pai ia passar-se se pusesse os pés ali!




Um passeio que valeu bem a pena.

A atracção principal daquele sítio, como já perceberam, é o mercado de peixe. Mas há mais do que isso. Como este restaurante italiano... Deve ter peixe fresquinho nas pizzas...


E também há porcelana japonesa, vegetais e coisas que tais à venda por ali.




"Coisas que tais" que nem sei o que eram... Talvez cogumelos (dos que não nos deixam ganzados!) ou algas. Aliás, havia muitas destas. E tofu.

E mesmo ali ao lado vi este edifício.


Uma espécie de templo multi-religioso. E um espaço óptimo para descansar as perninhas. E tinha umas casas de banho bem sopimpas. E como isso é importante!


E assim foi a minha visita às varinas locais!

E lá as deixei, e fui apanhar o metro para continuar o meu périplo pela cidade. E olhem lá para o aviso maravilha que têm pelo metro fora...


Reza assim "faça isto em casa", como quem diz "se apanhar uma g'anda bezana, vá desmaiar a casa"! Genial!

E lá fui eu até Akihabara, a zona da electrónica e onde, há uns meses, um tipo desatou às facadas a quem passava por ali.
Mas eu não conhecia o outro lado de Akihabara. E que muito me surpreendeu. Mais uma vez, a arquitectura é excelente!




Tomei o meu segundo pequeno almoço por ali que, às 10 da manhã, já estava esfomeadito outra vez.

E depois dei com uma valente fila... Nem sei bem para quê... Seria algum jogo novo? Manga? Alguma maravilha tecnológica?




Como não tenho lá grande interesse em tecnologias de ponta, voltei a Shinjuku. Onde dei com uma pequena trupe a fazer publicidade a uma casa de jogos...


E depois fui ter com o Taka II. Sempre um prazer poder conversar com ele.
Fomos até ao topo de um edifício em pleno Shinjuku, onde também almoçámos (não comam a pizza de alho que não vale nada a pena!) e vimos umas lojinhas, coisa mínima.



Descemos de elevador...


E atravessámos a rua. Que são precisos dois polícias com uma fardeta high tech para atravessar as pessoas numa rua de um único sentido...


Aliás, esta terra é tão problemática que até demos com o autocarro das forças especiais...


Até parecia que estava noutro sítio que eu cá sei...
E não sei se repararam no nome da unidade especial de polícia... Psst!

Claro que uma visita a Shinjuku nunca estaria completa sem a visita da praxe ao governo metropolitano de Tokyo...





E cá está, mais uma vez, a vista lá de cima, do 42º andar, se não me engano...



Cidade até mais não!


E ali perto, mais uma maravilha arquitectónica, o novíssimo Coccon.




É tão novo, tão novo, que tudo o que tem lá dentro é uma escola de moda, outra de medicina, uma pequena livraria e uma loja de conveniência...

Adorei, claro está!

Mas o meu já longo dia estava longe de terminar! Fui para Ueno! Uma zona bem japonesita, com feira e tudo.


Fui lá ter com a fantástica Sheena que deixou Nakatsu para trás e foi ter com o seu gajo a Tokyo. E lá está ela! Linda como sempre! E fomos comprar aquele casaquito maravilhoso juntos!


Até eu fiquei bem! A beleza deve ser contagiosa!


Sentámo-nos no Starbucks para conversar. E falámos de tanta coisa.

A Sheena foi fazer um xixi e comecei a ouvir algo que se assemelhava a fado. Ali, em pleno Ueno, um dos muitos corações de Tokyo. Pensei que não seria fado. Devia ser alguma coisa super alternativa lá das Américas. Mas depressa me apercebi de que não era nada disso. Era mesmo fado. Não sei quem cantava, mas isso não era importante. Senti-me tão bem naquele momento e escutei aquela voz por entre o barulho ensurdecedor da populaça. Afinal, onde quer que se esteja em Tokyo, há pessoas. E muitas. E pus-me a pensar, de novo, caramba, que vida tenho. Estar aqui, com uma tipa de Delhi, no Starbucks americano, com compras não sei de onde, em pleno Tokyo, a ouvir coisas lá de casa, do outro lado do mundo. E o meu pai que nunca andou de avião!

3 comentários:

António Rebordão disse...

Gostei da descrição.

Abraços e até à vista!

João disse...

Tokyo parece ser realmente espectacular. Se calhar devia ter optado por ir aí em vez de Osaka.

F disse...

E lá foste tu ao Mercado de Peixe de Tokyo. Acredito que deve ser mais interessante que o MARL aqui de Lisboa.