Hoje fui a uma escola diferente. Handa. No topo de uma colina, que é uma trabalheira. Já lá tinha ido há uns 2 anos e só agora lá voltei para dar umas aulinhas aos meninos da terceira classe.
Chovia imenso de manhã. Afinal, esta é a época das chuvas. Agora, já final da tarde, o céu está encoberto, mas a chuva não cai.
Gostei de lá ir, porque só precisei de lá chegar às 10, pelo que não tive que acordar super cedo. Mesmo assim, acordei às 7, só porque sim... Lá me meti no comboio e, como tinha tempo, tirei umas fotos pelo caminho fora...
A estrada que aqui vêm, acreditem ou não, tem dois sentidos. Só vos digo que o sentido de espaço no Japão é deveras diferente de tudo aquilo que conhecera antes. Eles são capazes de estacionar e passar por sítios mínimos onde um luso jamais poria o seu carro!
Como em qualquer lado - o que muitas vezes equivale a dizer "no meio do nada" - há sempre uma máquina automática de venda de bebidas. Ou cigarros. Ou, até, roupa interior usada, não fosse eu morar no sítio ideal para os prevertidos sexuais (destas nunca vi, mas sou mais feliz assim)!
Lá cheguei à escola. Depois da colina, que se fez devagarinho, até porque tinha ainda uns 30 minutos para o começo da primeira aula. A escola é enorme, com 1012 alunos dos primeiro ao sexto anos. E a probabilidade de serem todos mesmo só japoneses é altíssima, está claro de ver...
Por esta altura já estava cheio de calor. O que a estação das chuvas tem de bom, é que não está frio. Ao contrário de Portugal, quando chove não ficamos enregelados! E isso é sempre bom, acho.
Apesar do calor que sentia, o ar condicionado da sala de pessoal não estava ligado. É que por estas terras, só acima dos 28ºC é que se liga o dito cujo e é preciso que seja depois de 1 de Junho. Senão está tudo lixado. E como os professores vão todos de cú tremido nem sentem a necessidade de se refrescarem com o ar condicionado.
Além disto estou em crer que os japoneses têm uma tolerância muito maior ao calor do que a maioria dos estrangeiros que conheço. São um bocado Borg nisso: gostam de calor e humidade!
Já o disse várias vezes e torno a dizer que acho que a Escola no Japão está longe de ser verdadeiramente boa. Ainda ontem, numa actividade que fizemos com os miúdos do 9º ano em que eles tinham que dizer qualquer coisa do género It's fun for me to watch "The Simpsons", tudo o que eles diziam tinha a ver com a escola e o desporto na escola e estudar e tudo mais. A professora é que referiu isso e eu disse-lhe que apesar de passarem imenso tempo na escola, os alunos japoneses não eram de todo melhores do que ninguém. E ela de imediato concordou. Curioso, acho.
Também já disse várias vezes que os miúdos passam horas intermináveis nas escolas e até nas escolas de estudo (para marrarem para os exames), mas dêm-lhe um problema prático para resolverem, um mapa mundo ou uma composição em inglês para escreverem o que quiserem e está tudo tramado!
Mas, bem, não era nada disto que queria referir!
Claro que toda a gente foi muito simpática aquando da minha chegada e borbolhetinhas e anjinhos no ar e tudo. Recusei o chá e o café. Só me queria era abanar para que o calor saísse de mim. E lá veio a professora responsável pela aula de inglês. Os bons dias e tudo mais em japonês. E começa a disparar tudo em japonês. Eu interrompo-a e digo-lhe que não falo japonês. O que até nem é bem verdade, mas se eu não lho dissesse a mulher ainda lá ia estar a dizer coisas e mais coisas e mais coisas, sem eu perceber metade!
Não me cabe na cabeça que a pessoa responsável pelas aulas de inglês, mesmo que na primária, não saiba uma palavra da língua! E são estas coisas que me dão uma comichão do caraças! Como é que tal é possível? E o governo - não sei se a nível nacional se de prefeitura - quer que o inglês se torne uma disciplina obrigatória também na primária em 2 anos! Mas isso é impossível, só vos digo! Como é que se pode ensinar uma coisa que não se sabe!? Na escola a que fui hoje, ninguém falava inglês! E o governo não tem quaisquer acções de formação previstas! Percebem agora porquê que digo que a Escola aqui não é das melhores?
Mas o dia passou-se. Com o meu japonês lá fui dando as aulas e os miúdos eram bacanos e interessados, o que faz sempre toda a diferença. A última aula então foi óptima!
Estava entretanto chegada a altura de ir apanhar o comboio (vou agora fazer uma pausa para ligar o ar condicionado aqui em casa que está um forno... e a coisa tem para lá uma luz ligada debaixo de umas letras que me esqueci o querem dizer!) e lá fui colina abaixo...
Onde dei com um dos muitos pequenos cemitérios, se é que se pode usar tal palavra. São, isso sim, pequenos espaços onde têm umas urnas... O que pode acontecer em qualquer lado.
E cá está a estação de Nakahanda.
Por esta altura, já não chovia, o que era uma maravilha. O pior é que o ar condicionado do comboio, vá lá saber-se porquê que nos transportes até costumam estar a funcionar, não estava ligado. Mais suor!
Cheguei à city e fui ao supermercado. Sabia que não tinha muito dinheiro comigo, mas peguei na carne que precisava para o jantar e numas cerejas todas pipinhas que estavam a olhar para mim. Conferi o dinheiro que tinha e descobri que me faltavam aí uns 100 ienes, se tanto. Como estou no Japão e aqui as coisas são feitas com dinheiro vivo, nada de paneleiragens de cartões, tive que deixar as cerejas para trás! Acham normal em pleno século XXI!?
Gostei de lá ir, porque só precisei de lá chegar às 10, pelo que não tive que acordar super cedo. Mesmo assim, acordei às 7, só porque sim... Lá me meti no comboio e, como tinha tempo, tirei umas fotos pelo caminho fora...
A estrada que aqui vêm, acreditem ou não, tem dois sentidos. Só vos digo que o sentido de espaço no Japão é deveras diferente de tudo aquilo que conhecera antes. Eles são capazes de estacionar e passar por sítios mínimos onde um luso jamais poria o seu carro!
Como em qualquer lado - o que muitas vezes equivale a dizer "no meio do nada" - há sempre uma máquina automática de venda de bebidas. Ou cigarros. Ou, até, roupa interior usada, não fosse eu morar no sítio ideal para os prevertidos sexuais (destas nunca vi, mas sou mais feliz assim)!
Lá cheguei à escola. Depois da colina, que se fez devagarinho, até porque tinha ainda uns 30 minutos para o começo da primeira aula. A escola é enorme, com 1012 alunos dos primeiro ao sexto anos. E a probabilidade de serem todos mesmo só japoneses é altíssima, está claro de ver...
Por esta altura já estava cheio de calor. O que a estação das chuvas tem de bom, é que não está frio. Ao contrário de Portugal, quando chove não ficamos enregelados! E isso é sempre bom, acho.
Apesar do calor que sentia, o ar condicionado da sala de pessoal não estava ligado. É que por estas terras, só acima dos 28ºC é que se liga o dito cujo e é preciso que seja depois de 1 de Junho. Senão está tudo lixado. E como os professores vão todos de cú tremido nem sentem a necessidade de se refrescarem com o ar condicionado.
Além disto estou em crer que os japoneses têm uma tolerância muito maior ao calor do que a maioria dos estrangeiros que conheço. São um bocado Borg nisso: gostam de calor e humidade!
Já o disse várias vezes e torno a dizer que acho que a Escola no Japão está longe de ser verdadeiramente boa. Ainda ontem, numa actividade que fizemos com os miúdos do 9º ano em que eles tinham que dizer qualquer coisa do género It's fun for me to watch "The Simpsons", tudo o que eles diziam tinha a ver com a escola e o desporto na escola e estudar e tudo mais. A professora é que referiu isso e eu disse-lhe que apesar de passarem imenso tempo na escola, os alunos japoneses não eram de todo melhores do que ninguém. E ela de imediato concordou. Curioso, acho.
Também já disse várias vezes que os miúdos passam horas intermináveis nas escolas e até nas escolas de estudo (para marrarem para os exames), mas dêm-lhe um problema prático para resolverem, um mapa mundo ou uma composição em inglês para escreverem o que quiserem e está tudo tramado!
Mas, bem, não era nada disto que queria referir!
Claro que toda a gente foi muito simpática aquando da minha chegada e borbolhetinhas e anjinhos no ar e tudo. Recusei o chá e o café. Só me queria era abanar para que o calor saísse de mim. E lá veio a professora responsável pela aula de inglês. Os bons dias e tudo mais em japonês. E começa a disparar tudo em japonês. Eu interrompo-a e digo-lhe que não falo japonês. O que até nem é bem verdade, mas se eu não lho dissesse a mulher ainda lá ia estar a dizer coisas e mais coisas e mais coisas, sem eu perceber metade!
Não me cabe na cabeça que a pessoa responsável pelas aulas de inglês, mesmo que na primária, não saiba uma palavra da língua! E são estas coisas que me dão uma comichão do caraças! Como é que tal é possível? E o governo - não sei se a nível nacional se de prefeitura - quer que o inglês se torne uma disciplina obrigatória também na primária em 2 anos! Mas isso é impossível, só vos digo! Como é que se pode ensinar uma coisa que não se sabe!? Na escola a que fui hoje, ninguém falava inglês! E o governo não tem quaisquer acções de formação previstas! Percebem agora porquê que digo que a Escola aqui não é das melhores?
Mas o dia passou-se. Com o meu japonês lá fui dando as aulas e os miúdos eram bacanos e interessados, o que faz sempre toda a diferença. A última aula então foi óptima!
Estava entretanto chegada a altura de ir apanhar o comboio (vou agora fazer uma pausa para ligar o ar condicionado aqui em casa que está um forno... e a coisa tem para lá uma luz ligada debaixo de umas letras que me esqueci o querem dizer!) e lá fui colina abaixo...
Onde dei com um dos muitos pequenos cemitérios, se é que se pode usar tal palavra. São, isso sim, pequenos espaços onde têm umas urnas... O que pode acontecer em qualquer lado.
E cá está a estação de Nakahanda.
Por esta altura, já não chovia, o que era uma maravilha. O pior é que o ar condicionado do comboio, vá lá saber-se porquê que nos transportes até costumam estar a funcionar, não estava ligado. Mais suor!
Cheguei à city e fui ao supermercado. Sabia que não tinha muito dinheiro comigo, mas peguei na carne que precisava para o jantar e numas cerejas todas pipinhas que estavam a olhar para mim. Conferi o dinheiro que tinha e descobri que me faltavam aí uns 100 ienes, se tanto. Como estou no Japão e aqui as coisas são feitas com dinheiro vivo, nada de paneleiragens de cartões, tive que deixar as cerejas para trás! Acham normal em pleno século XXI!?
5 comentários:
a dizer mal dos condutores tugas... tás te a esquecer das manobras impossíveis que o condutor tuga faz :)
disseste máquinas automáticas de roupa interior usada????!!!
As fotos são muito bonitas. Dá-me a impressão que vives e trabalhas numa área pouco urbanizada do Japão, i.e., longe das grandes cidades.
Pelos vistos, tal como todo o resto, aí o clima é esquisito.
Fiquei surpreendido por saber que aí os pagamentos são geralmente em numerário. É muito estranho para um país hiper-desenvolvido...
Angelito, Angelito ...
Viva Portugal, os multibancos e a via verde! (ou não, ou não)
Só agora que vou seguindo o teu blog é que vou percebendo melhor o que te levou a esse país.
Também já dei aulas de inglês em escolas do primeiro ciclo, mas foi mesmo em Lisboa.
A experiência foi curta, mas os alunos apesar de irrquietos e barulhentos eram todos bastante motivados e tinham conhecimentos de inglês surpreendentes para a idade que tinham. Adoravam falar sobre animais e desportos e festas em inglês.
Qualquer coisa que lhes despertasse a imaginação era a melhor maneira de os cativar e os fazer prestar atenção às aulas.
Mas claro, como tudo na vida, também nesta profissão havia dias maus, e esses provavelmente eram bem piores que qualquer dia de mau de um professor no Japão.
Espero que continue tudo a correr pelo melhor aí em Oita.
bjs
PS - li há uns tempos que Oita é a "cidade gémea" de Aveiro e lembrei-me de ti :)
Não acho normal, não. E calor húmido???? CREDO!!!
Como é que conseguem trabalhar assim?
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