O dia em que o mundo pareceu perfeito

Há muito que não tinha uma folga durante a semana. Mas na passada quinta aconteceu isso mesmo.

Acordei ainda não eram sete da manhã. Porque estou velho e os velhos acordam cedo. Lá me levantei, tomei o pequeno almoço, vi as novidades da net e um pouco de televisão. Dormi mais uma hora.

Quando acordei já às nove e meia parecia que tinha dormido imenso. Acordei assim com aquele sentimento bom de que o mundo não tem problemas e que tudo é óptimo. Do género, não há IVA, não há cortes de salário, nem nada do género...

Estava mesmo bem dispostinho... Depois de atender umas senhoras jeová, lá fui à minha vida. Dei com um senhor a tocar flauta acompanhado por uma coluna altifalante no metro. E também dei com um rapazola universitário de kilt...

Fui ter com o peopleı... Almoçámos e acabámos na Versailles, um sítio simples e discreto.

Esta é aquela altura do ano em que o tempo está perfeito para mim: sol e nada de calor. Mas suficientemente quente para ainda podermos estar a usar coisas mínimas!

E a chuva que caíu hoje não me assusta nada... 

Estivémos juntos e foi óptimo. Rimo-nos imenso, como de costume.

Depressa nos apartámos e eu fui ter com a Jana. Uma menina checa que está prestes a rumar ao Oriente. O tempo continuava óptimo. Com um solinho excelente. E que bom foi falar com esta menina, que é sempre uma simpatia.

Estava mesmo contente da vida. Apercebi-me de que sou uma pessoa feliz. 

A vida é fácil? Não, nem por isso. Mas tenho amigos maravilhosos, uns pais excelentes. Vivo num sítio lindo. Tenho uma experiência de vida que me enriqueceu muito. Trabalho com pessoas que me agradam e gosto do que faço. 

Não acham que devíamos apreciar estas coisas em vez de andarmos aí a lamentarmos tudo e mais alguma coisa!?