Toda a gente anda a comentar o que se passa em alguns dos países árabes. Desde o people no trabalho, às velhas na camioneta e à gente à hora do jantar.
Como já referi aqui, sigo tudo isto entusiasmado, porque qualquer tipo de autocracia devia ser banido, que ninguém merece viver sob a égide de um Kim Jong-Il, um Khadafi ou um Paulo Portas.
O último país árabe a estar na berra é a Líbia. Um país com uma besta na cadeira do poder há mais de quarenta anos e que dá problemas desde há muito tempo.
Eu acho de uma brutalidade extrema, compáravel até à barbárie hitleriana, um líder de um país mandar caças despejar tiros sobre a população indefesa que, tudo o que quer, é uma qualidade de vida melhor. Acho isto inqualificável e um brutal desvirtual da relação estado-povo.
O tipo sempre foi associado a camapanhas de ataques terroristas. A legiões de amazonas virgens. A enfermeiras ucranianas com mamas de aço. A usar e abusar do lucro dos recursos do seu país.
Depois, com medo de uma invasão a la Iraque, meteu o rabinho entre as pernas e começou a mostrar uma outra imagem ao mundo. Mais cooperante, mais tolerante.
Mas estas últimas semanas mostram bem a esquizofrenia que vai naquela cabeça. A loucura a que a sua fealdade extrema o terá levado. É que só pode.
Este homem devia ser julgado pelo seu ataque contínuo aos direitos humanos nas últimas quatro décadas. E espero que o seja.
É triste ver o que está a fazer ao seu povo. Ao povo da sua capital. Porque ele já perdeu basicamente o resto do país. Até os militares se juntam à populaça revoltosa.
Dá-me uma enorme satisfação ver o abandono a que, progressivamente, está a ser votado: a delegação líbia em Genebra demitiu-se em bloco, os seus embaixadores na Grécia, Suécia e Portugal bateram com a porta, ministros também já se demitiram e até Bam Ki-moon exige sanções fresquinhas do mundo contra aquele regime. Os bens - milionários, pois está claro - que ele e a sua família - que aquele filho dele não engana ninguém, também! - têm no Reino Unido estão já a ser congelados para que não tenham ideias tristes.
Cada vez mais me convenço que estas bestas que governam regimes sanguinários vivem no seu mundo e devem, só podem, ter um problema qualquer. Mas numa coisa a besta líbia tem razão: a Líbia não é sólida e una como outros países árabes... E isso pode dar problemas.
Claro que o cavalgadura líbio já ameaça distribuir armas pelos seus partidários e assim dar um contributo, certamente mortal, para o desmemberamento da Líbia ou, pelo menos, para o seu definhar durante algum tempo. E até começou a fazê-lo indo buscar mercenários - sim, leram bem! - ao Sahel africano!
Uma vergonha! Um ultraje! E, para bem do mundo, só espero é que o tipo desapareça para todo o sempre.
Para terminar, continuo sempre a pensar no futuro que terão estes países agora em convulsão... O fundamentalismo está à porta e, como toda a gente sabe, consegue ser avassalador.